A gente nasce programado. Nossa vida é amplamente projetada antes mesmo de virmos ao mundo.

Ao ver o positivo naquele teste de farmácia, nossas mães já idealizam médicos, engenheiros e arquitetos (nunca publicitários, designers, redatores, obviamente).

A questão é que nascemos com a missão de ser boas crianças, adolescentes prodígios com entrada certa em alguma universidade renomada para qualificar-se e ser profissionais de sucesso! Ufa, chega a ser cansativo só de falar!

Correndo o risco de provocar graves ataques cardíacos em mães e pais, sinto dizer que estamos vivendo numa era em que conhecimento não é tudo, é preciso também, informação; ou seja, o saber adquirido na universidade nem sempre é suficiente.

Sim, ele é necessário e faz parte do desenvolvimento das habilidades, mas ele não é tudo.

Falemos do que nos compete: no mundo publicitário, os talentos é que se destacam. Às vezes, aqueles que não passaram anos em uma faculdade são muito mais bem-sucedidos do que aqueles que passaram noites a fio estudando, lendo, escrevendo.

Conheço muitos (mesmo!) publicitários (e aqui peço licença de uso da palavra aos amigos publicitários de formação para estender esse vocábulo aos designers, redatores e afins) que são pós-graduados e tem cursos infinitos na área, mas que não têm aquilo que podemos chamar de brilhantismo criativo.

O que quero dizer é que, num mundo absurdamente globalizado, não é presunção dizer que quanto mais completo o profissional, maiores são suas chances de sucesso. Ou seja: você não deve (nem de longe) acreditar que somente frequentando a universidade você será um expert; e, obviamente, também não deve ser tão crédulo a ponto de achar que sua experiência profissional lhe deu tudo que você precisa.

Para destacar-se não existem fórmulas prontas.

O mercado já não se satisfaz com o necessário; ele quer muito mais. Quer profissionais 360, que saibam conectar saberes acadêmicos com a prática lá fora. Que, através de estudos, encontrem maneiras ousadas de propor inovações.

Que tenham argumentos para explicar com excelência suas ações e escolhas.

Afinal, Julio Ribeiro já dizia: “A vida dentro das empresas pede cautela e juízo. Mas, lá fora, as pessoas clamam por autenticidade e um pouco de loucura.”

Foto do guarda-chuva via Shutterstock.