Quem trabalha em agência sabe que quando se trabalha em equipe é preciso muita paciência e organização.

Aliás, não se trata somente de agência: essa é uma realidade que pode ser aplicada a qualquer empresa ou instituição.

O assunto que vou abordar a seguir pode ser adaptado a qualquer empresa, como falei, mas, o foco, neste caso, serão as agências.

Em específico, a equipe de criação.

Contratar publicitários, designers e redatores que possam compor uma equipe de criação não é uma tarefa nada fácil. É preciso alinhar os talentos individuais com a capacidade e a adaptabilidade de trabalhar em grupo. São duas faces da mesma moeda. É uma faca de dois (le – piadinha infame)gumes.

Criativo, por si só, é uma criatura carregada de ego.

Suas ideias, suas criações necessitam ser reconhecidas para que ele se sinta motivado a criar mais. É quase um tabu reconhecer uma ideia melhor (independente de quem ela venha). E é aí que entra o papel do Diretor de Arte.

O DA (para os íntimos) deve conduzir os trabalhos.

É ele quem vai avalizar uma ideia para que ela seja efetivamente desenvolvida. Ao mesmo tempo que ele gerencia uma equipe e precisa ser amigável e também pulso firme, ele tem uma equipe e é indispensável que ele confie nesta equipe.

Ele precisa confiar na equipe porque se ela falhar, ele estará lá para consertar o erro junto a ela. Ele precisa confiar na equipe para, quando esta equipe for bem- sucedida, ele possa comemorar com ela.

Ele precisa confiar na equipe para que possa deixá-los criar com liberdade. Ele precisa confiar na equipe para que o conceito da campanha apresentada por ela seja defendido pelo DA com unhas e dentes.

É verdade que o Diretor de Arte deve guiar sua equipe, mas ele também deve estar trilhando o mesmo caminho que seu grupo. Ele tem que estar inserido no processo e estar por dentro do que está sendo feito, but, nessa mesma frequência, ele deve dar autonomia aos seus criativos.

Uma equipe que é bem gerenciada (no sentido menos burocrático possível do vocábulo) sente respeito, admiração e confiança no seu DA. Sabe que ele é corresponsável no processo criativo.

Se você aspira ao cargo, saiba que o equilíbrio deve ser a linha chave do processo. Entenda que, desde já, pessoas talentosas são importantes, mas, pessoas capazes de trabalhar em equipe podem ser essenciais.

Porque, se uma cabeça pode ter uma grande ideia, várias podem mudar o mundo.

Foto da futura DA via Shutterstock.