Estamos tão habituados com as comodidades da internet e das redes sociais que as vezes temos a tendência de achar que certos fenômenos nasceram com essas ferramentas.

Um exemplo que foi muito debatido foram as fanfictions, ou seja, fãs de séries, filmes ou livros que começaram espontaneamente a trocar informações através das ferramentas digitais, em alguns casos, chegando até mesmo a criar suas próprias versões e continuações para as histórias.

A palavra “fanfiction” ganhou popularidade no final dos anos 1960, quando Trekkies dedicaram-se a preencher os buracos deixados pela trama do original da série de TV Star Trek. Voltando ainda mais no tempo, 50 anos após a primeira narrativa completa de Rei Arthur apareceu em um livro chamado A História dos Reis da Grã-Bretanha. Outro escritor, Chrétien de Troyes, reescreveu a história e acrescentou o personagem Lancelot e o Santo Graal. Desde então o Rei Arthur ainda é adaptado, até hoje.

Então o que mudou ao longo dos últimos anos? A resposta é a lei de copyright. Antes do século XVIII, o copyright não era realmente um fato. Você ouvia uma história interessante, uma canção ou um poema, mas só poderia acrescentar seu próprio material quando o autor original morresse. Mesmo hoje, os direitos de um autor sobre sua criação dura apenas 42 anos, depois disso a história passa a ser de domínio público, livre para ser mudada e reescrita.

As Fanfictions ficam limitadas a essa lei apenas porque ninguém está gerando dinheiro com isso. Os Direitos Autorais, não a falta de talento, é o que impede as fanfictions de alcançar mais respeito na mídia não-Internet.

Autora: Poka Nascimento