Então é Natal, Noite Feliz, bate o sino pequenino: o Natal desperta os sentimentos de amor e de paz de todo mundo. Você pode até odiar o CD da Simone cantando no shopping e no mercado; mas, tenho certeza que você gosta do Natal.

Para a publicidade, o Natal é de ouro. São cartões, e-mails marketing, spots, jingles, artes para Facebook e VTs que, através do apelo emocional, induzem à compra. As grandes marcas apostam nos seus melhores produtos; as grandes lojas (e as pequenas também) oferecem as melhores condições. Não é difícil encontrar uma mensagem sentimentalmente tocante acompanhada de um verbo no modo imperativo: Presenteie quem você ama. Paradoxalmente sedutora, diga-se de passagem.

No intuito de esquecer (se é que é possível) o lado comercial da coisa, o Natal no mundo da publicidade vem, há algum tempo, surpreendendo. Se eu pedir para você pensar em uma marca que exalta o Natal, tenho (quase) certeza que você, em algum momento, se lembrará da Coca-Cola (já me emocionei muito com aquele urso polar).

VTs repletos de famílias, crianças, Papais Noel, destacando momentos simples, mas comoventes, estão ganhando nossas TVs e nossa atenção no YouTube. É louvável saber que profissionais pagos para “inventar” maneiras para vender mais estejam recorrendo ao que há de mais puro nessa época do ano. Você, leitor, que está pronto pra me criticar, por favor, não o faça. Eu sei que por trás de toda essa produção sempre haverá o call-to-action do capitalismo.

Mas, eu prefiro me emocionar ao ver o avô ganhando um panetone da Cacau Show porque seu neto sabe que ele tá cansado de ganhar meias. Eu prefiro ver pessoas de 40 anos recebendo os presentes que pediram em cartas de Natal, para o Papai Noel, quando ainda eram crianças. Eu prefiro ver pessoas realizando seus sonhos através do esforço de uma companhia aérea. Prefiro me deleitar com tudo isso e (quase) negar o fato de que tudo é feito em busca do lucro.

É uma época única para a publicidade não só porque vende mais, mas porque, mesmo por obrigação, nos remete ao que diariamente esquecemos: momentos de amor que valem ouro e, mesmo assim, não têm preço.

Imagem do Natal via Shutterstock.