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Sou bom nisso, mas também domino aquilo!

Não é preciso tirar as crianças de perto do computador (ou tablet ou celular). Não estou falando de diversos tipos de sexo ou posições sexuais. Tô falando de mercado de trabalho.

Em uma conversa, durante uma queda de energia na agência, entre diversos assuntos, começamos a falar sobre o profissional atualmente. Foi unânime a constatação de que recebemos diariamente enxurradas de artigos que afirmam com veemência: você pode ser ótimo em apenas uma coisa, mas precisa ser bom em várias.

A graduação já não é mais suficiente. É preciso a especialização; quiçá, muitas vezes, o mestrado, com foco no doutorado. Cursos online, a distância, presenciais, de curta duração, são oferecidos para que você “se destaque no mercado de trabalho”. Se você acha que sabe bastante, sabe de nada, inocente!

Até que ponto vamos nos render às exigências contínuas do mercado? Não basta sermos bons em algo? É realmente necessário dominar uma gama infinita de outras habilidades? Se você é contratado para o cargo de Diretor de Arte, é necessário também ter boa redação e atender bem o cliente? Sim, é fato que o capitalismo determina o mercado, mas ele precisa também definir o profissional?

Estamos tão focados a conseguir a “melhor vaga” que nos esquecemos de fazer o que gostamos, de nos aperfeiçoarmos no que realmente queremos para dispensar tempo/dinheiro/esforços naquilo que precisamos (será que precisamos mesmo?). Esquecemos, muitas vezes, de viver. Eu sei, eu sei, esse é um discurso pronto e que a gente também tá cansado de ouvir mas, é a verdade. Nua e crua.

Não estou fazendo apologia a nada. Estou só refletindo sobre a função do trabalho na vida (para alguns, esses dois são mais que sinônimos, são a mesma coisa). Tenho filho e gostaria muito de dedicar mais tempo a ele sem ficar me martirizando que poderia estar fazendo um curso ou lendo um artigo. A ideia é simples: um mercado com menos “10 dicas para aumentar a produtividade” ou “15 truques para ser um bom…” e mais “valorize-se: você é bom no que faz. E isso, basta!”

Foto do trabalhador via Shutterstock.

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