As expressões da língua portuguesa são ricas de história e misteriosas na sua origem. Algumas temos notas de como foram inventadas, mas muitas outras, simplesmente apareceram em nosso cotidiano e ficaram até hoje. “Bater as botas”, “Estar de mãos atadas” são alguns exemplos de expressões corriqueiras.
Mas desafio a você, leitor, encontrar todas que estão escondidas nesse texto que vem a seguir e escrever sua resposta nos comentários.
No texto, tem umas vinte expressões diferentes. Topa o desafio?

 

Reginaldo desperta de um sono profundo e se prepara para mais um dia de trabalho. Vai para a cozinha e encontra sua mulher chorando, de frente para uma poça de leite no chão. Foi dar uma pequena mão para a esposa, e tratou de deixar a cozinha limpa.

Parecia tudo em ordem enquanto a família tomava o café. Mas uma pulga pulou na orelha de Reginaldo e ficou por lá. Tentou bater nela com a colher, mas ela se alojou mais para trás.

– Tem algo me preocupando – disse Reginaldo.

– Mas o que poderia ser, meu amor?

– Não sei. Deve ser o meu novo sócio. Sempre que falo com ele, um pé meu fica na frente do outro.

– E porque você não troca de sócio?

– É complicado. Me ajuda a desamarrar esse nó entre as minhas mãos?

Depois da refeição matinal, Reginaldo pega o carro e vai para o trabalho. Chegando lá, deu um beijo no rosto da secretária, que todo dia lhe oferecia um pouco de sopa. Ele recusa, como de costume, e vai para seu escritório.

Lá por volta de meio dia, recebe um e-mail. É do contador. Diz que todo o dinheiro da empresa foi sacado e que provavelmente o responsável era o sócio de Reginaldo.

– Como eu gostaria de ser mordido por animais que originaram o homem! – gritou de sua sala.

Mas onde estaria o seu sócio a essa hora? Poderia estar em qualquer lugar da cidade de São paulo, onde residiam. Teria que encontrar um monte de palha com uma costureira descuidada por perto. Seria difícil. Era como se molhar com um recipiente contendo água gelada.

Em uma atitude desesperada, liga para sua mulher, contando tudo:

– Amor. Estou falido! Observei embarcações navegando pela costa. Vamos ter que comprar aquela vaca magrinha novamente.

– Calma meu Reginaldo. Eu duvido que você vai comer esse anfíbio.

– Nunca! Vou encontrar esse pilantra, colocarei a madeira sobre a mesa, e resolverei tudo.

– Assim que se fala!

E Reginaldo foi. Foi para o único lugar que o seu sócio provalmente estaria. A boate mais famosa da cidade. L’expressione.

Chegando lá, avistou seu sócio. Ele parecia bem a vontade, sentado tão alto que a sua cabeça tocava o céu. Mas Reginaldo chegou colocando a madeira sobre a mesa, como havia dito.

– Meu ex-sócio! Pega essa bola e a deixe no chão. Não permitirei que gaste toda a verba da empresa com orgia e prazer próprio!

– Eu estou segurando o dinheiro com a ponta dos dedos e também mordendo. Não tirará de mim.

– Farei você encostar uma bota na outra.

O sócio olha para Reginaldo de forma complacente. E depois de uma breve pausa, diz:

– Olha, vou abrir o War III. Falar a verdade para você.

– Então fale. Porque tenho uma corda entre minha cabeça e meu peitoral.

– Estou saindo com sua mulher. Eu e ela vamos fugir hoje a noite. Não era pra você saber, mas já que veio atrás…

Reginaldo separa os lábios fortemente. Mal pode respirar. Desmaia.

Acordando no hospital, se dá conta do ocorrido. Liga para a mulher, que não atende. Vai para casa, e não tem ninguém lá.

Reginaldo tira os sapatos e os balança contra o chão. Dá pra construir um muro com o que sai de lá. Também sai ele, balançando as mãos.

Um mosquito acaba de sair da sua pele, deixou um ponto vermelho.