Nós, publicitários (graduados ou não), trabalhamos essencialmente com ideias. Geramos resultados de pensamentos considerados, pela maioria das pessoas, improváveis. Somos, muitas vezes, vistos como seres especiais. E, cá entre nós, gostamos muito disso. Nosso ego agradece.
Temos ideias pra (quase) tudo: clientes, ações, produtos, páginas no Facebook (sérias ou bizarras), mas, surpreendentemente, não focamos nossas brilhantes ideias em investimentos que dão retorno financeiro. Mais do que uma constatação, a reclamação constante da remuneração de colaboradores em agências de publicidade é um fato de proporções estratosféricas. Rimos para não chorar. Mas, será que o problema é tão grande e sem solução como dizemos?
Não estou falando em nos debruçarmos sobre freelas incansáveis. Estou incitando a ideia de trabalharmos com as ferramentas de maneira diferente. Sobre diretores de arte e criativos usarem a habilidade no pacote Adobe para ministrar cursos para pessoas interessadas. Redatores palestrarem sobre Língua Portuguesa e seu uso em determinadas situações para empresas. Sobre profissionais de atendimento organizarem workshops para trocar ideias sobre como fidelizar um cliente. Enfim, há tantos profissionais envolvidos no cotidiano de uma agência de publicidade que temos plenas condições, se quisermos, de realizar um simpósio diversificado e abrangente.
Temos e, acima disso, conhecemos as ferramentas necessárias para fazer acontecer. Temos contatos com fornecedores para concretizar as ações. Então, qual é a desculpa mesmo?
E, antes que alguém diga que estaríamos entregando o ouro aos bandidos, eu afirmo: é muito mais fácil ganhar a admiração e o respeito de alguém quando se compartilha o que se tem, principalmente quando o “objeto” de posse trata-se de conhecimento. É uma forma gratificante de apaixonar outras pessoas e estimular o melhor de cada uma delas (e, porque não, usá-lo a nosso favor também). O mercado está aí, esperando boas ideias serem realizadas.
Portanto, é hora de arregaçar as mangas, sair do Facebook e colocar a mão na massa: faça a Publicidade acontecer de verdade, faça algo de diferente. Você vai continuar lendo notícias de pessoas bem sucedidas ou vai se tornar uma delas?
Imagem do rapaz via Shutterstock.
Michele
Redatora publicitária, gerente de pauta e leitora assiduamente assídua. Graduada em Letras, mas amante e aprendiz da Publicidade e, principalmente, de Marketing de Conteúdo. Entre em contato no Facebook.