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Neste nono episódio do Podcast Mídia, Não Marketing, tive o prazer de entrevistar o empreendedor, coach, palestrante e instrutor em cursos sobre marketing digital, empreendedorismo e desenvolvimento pessoal, Chico Montenegro.

Confira esse papo bacana que vai ajudar você que deseja aprender como empreender com blog e descubra:

  • Por que empreender com blog?
  • Qual é o principal obstáculo para empreender com blog?
  • Como começar o seu blog na prática
  • Quais são as principais dicas para quem quer empreender com blog?
  • Porque construir a sua audiência no Facebook é perigoso
  • Como surgiu o projeto Olhe Fora da Caixa
  • Como os hábitos são fundamentais para o sucesso
  • Os 3 pilares para empreender que podem te ajudar
  • E muito mais…

Ouça o Podcast Mídia, Não Marketing, abaixo…

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Notas do Show

Transcrição

DANIEL: Seja bem-vindo ao nono episódio do podcast Mídia, Não Marketing. Eu sou seu apresentador Daniel Chohfi, CEO do Vitamina Publicitária, e hoje estou acompanhado do empreendedor, coach, palestrante e instrutor em cursos sobre marketing digital, empreendedorismo e desenvolvimento pessoal, Chico Montenegro. Chico, fico muito feliz em receber você aqui no podcast. Tenho certeza que nós teremos um papo bem bacana hoje, que vai ajudar quem está nos ouvindo a aprender mais sobre como empreender com blog.

CHICO: Tudo bem?

DANIEL: Tudo bem e com você?

CHICO: Tudo bem. Deixa eu só ver se eu estou usando microfone correto.

DANIEL: Esse é um bom check, né?

CHICO: É, porque nós começamos a brincar com essas coisas, acaba se perdendo.

DANIEL: Dizem que é uma boa estar gravando em dois programas, checar os dois, mas aí começa a ficar muito detalhe, não é?

CHICO: Ah não, não. O que eu faço é assim, por exemplo, quando eu vou gravar um podcast, sei lá, digamos, eu vou gravar com uma pessoa que eu sei que vai ser bem difícil eu regravar se der algum erro, aí o que eu faço? Eu deixo o áudio aberto, que nem está o nosso aqui, e deixo um gravadorzinho do lado do notebook, porque ele vai pegar o meu áudio e vai pegar o áudio da pessoa. Fica meio (censurado) assim, não fica tão bom quanto à gravação direta, mas pelo menos, se der algum pepino, você tem um segundo áudio ali para utilizar, não é?

DANIEL: Com certeza. Uma outra coisa interessante de fazer é gravar nos dois lados. Inclusive, o que você usa? Você usa o Call Recorder para gravar Skype?

CHICO: Não, eu não gravo por Skype. No começo, eu comecei a gravar pelo Hangout, porque eu uso muito o vídeo também. Eu faço o seguinte, eu gravo o podcast inteiro utilizando vídeo, e aí o que eu faço? Eu pego o vídeo, faço eu uma introdução aqui depois sozinho, tipo eu mesmo falando, “e aí? Beleza? Você que está aqui no meu canal do Youtube ou do Facebook”, sei lá, “eu gravei uma entrevista com o Daniel do Vitamina Publicitária e tal e nós falamos sobre isso, sobre aquilo, tal, vê aí, é uma entrevista para o MindDrops, acho que você vai gostar bastante.” A partir dessa entradinha começa já a pessoa se apresentando, “e aí, Chico? Beleza?”, e tal, não tem aquele comecinho do podcast. Aí no podcast, na edição, eu gravo uma introdução rapidinha só para o podcast, entendeu?

DANIEL: Entendi. Bacana, perfeito.

CHICO: Assim, eu estou soltando hoje no podcast inteiro, tipo, eu solto a entrevista de 30, 40 minutos. Eu acho que eu vou começar no podcast a picotar a entrevista ou talvez no Youtube colocar só algumas partes na entrevista também para diminuir o vídeo, e no podcast deixar, mas hoje eu gravo com o Zoom, sabe o que é?

DANIEL: Legal. Sim. Você diz o gravador ou o aplicativo? O gravador, não é?

CHICO: O aplicativo. É, tem um site que chama zoom.us, você fazer conferência.

DANIEL: É, o Seth Godin usa esse.

CHICO: Nossa, cara, é ótimo. Assim, ele só é ruim quando você vai gravar com duas, três pessoas assim, porque com duas pessoas ele faz a divisão de tela certinha, um do lado do outro, com três ele faz como se fosse o Hangout, fica trocando quando as pessoas falam.

DANIEL: Ah, entendi. Não dá para configurar?

CHICO: Não dá, ele só consegue fazer isso. Com quatro ele já consegue fazer também um do lado do outro, agora com três ele não consegue encaixar na tela, mas o áudio fica muito bom, você vê que o áudio da pessoa fica bem melhor por ele.

DANIEL: É, isso é importante. Eu tenho gravado pelo GoToWebinar, e o áudio, putz, não fica aquelas coisas. Nós temos gravado pelo GoToWebinar para fazer o webinar mesmo gravando a tela, por isso que eu não uso o Hangout, que a gravação da tela fica horrível. Por isso que nós estamos usando o GoToWebinar.

Mas o Zoom, inclusive, comentaram esses dias em um fórum que eu participo, e eu já tinha testado, falaram muito bem, falei, “putz, vou dar uma testada”, entrei no site de novo e o site não estava conseguindo achar nem o valor direito para webinar, aí a experiência não estava legal, falei, “não, deixa eu continuar com o webinar.”

Eu vejo que você usa o WebinarJam também, não é?

CHICO: Uso. Para os hangouts, principalmente. Eu uso muito por causa de hangout de venda. Hangout para encontrar, por exemplo, para fazer mentoria ou falar com grupos de alunos, dependendo do tamanho do grupo, eu uso o Zoom, mas para webinar, principalmente para webinar de venda eu uso o WebinarJam, que é a melhor plataforma, não tem comparação.

DANIEL: Legal. Eu cheguei a testar agora nos últimos dias o WebinarNinja, que foi relançado a versão quatro e estavam falando bem, que ia ser interessante e tal. Não foi legal.

CHICO: É mesmo?

DANIEL: Não estava legal. O GoToWebinar funciona muito bem, apesar de ser um pouco mais caro do que as outras plataformas assim, não sei do que o Zoom. O Zoom eu sei que é caro.

CHICO: O Zoom hoje em dia, ele está oito dólares por mês.

DANIEL: Mas isso para o meeting, não é? Não para webinar.

CHICO: É, isso, não para webinar.

DANIEL: É, para webinar eu acho que ele é acima dos 100 dólares por mês.

CHICO: É, ele é mais caro. O WebinarJam está acho que 297 dólares, o plano anual. Dependendo do quanto você vai usar, dou os motivos que você vai usar, se você vai usar para fazer muito webinar de venda, é um investimento que vale muito a pena. Ele tem vários macetes: aparecer botão na hora que você quer, de você fazer pesquisa com a galera que está no chat, bloquear chat, desbloquear, transição de tela.

DANIEL: Então vamos lá. Chico, qual que é o principal obstáculo para quem quer empreender com blog?

CHICO: Uma das coisas mais interessantes que eu vejo… assim, eu já utilizo blogs nas minhas estratégias de marketing, quando eu tinha agência de marketing para os clientes. Eu já utilizo blogs há pelo menos uns 10 anos.

E eu lembro que a primeira vez que eu criei um blog foi há 12 anos atrás e era um blog de poesia, eu sei que as pessoas vão me julgar por causa disso, mas era um blog de poesia. E eu escrevia algumas coisas lá e o primeiro comentário que eu tive nesse blog foi tipo dois dias depois e eu fiquei, – 12 anos atrás -, eu fiquei extremamente impressionado como alguém tinha encontrado aquilo que eu tinha escrito, porque até então para mim era só eu que visitava aquilo, nunca tinha mostrado para ninguém.

E foi naquele momento que alguma coisa, – há 12 anos atrás -, falou para mim, “olha que interessante, as pessoas podem ver o que você está fazendo aqui.” E aí 10 anos atrás eu criei um dos primeiros blogs relacionados à modificação automotiva do Brasil, foi uma época que estava estourando ali Velozes e Furiosos, lembra? Estourou Velozes e Furiosos e tal.

DANIEL: Sim, adorava.

CHICO: E bombou e começou a nascer muito fórum. Há 10 anos atrás nós não tínhamos um grupo do Facebook, nós tínhamos fóruns na internet. Fóruns era uma coisa fantástica, bombava, não é?

DANIEL: Era muito legal.

CHICO: Era muito legal. Eu participava de vários assim. E até hoje alguns fóruns se sustentam bem assim, principalmente os fóruns de tecnologia, mas antigamente tinha fórum de tudo.

E eu lembro que eu criei um dos primeiros blogs relacionados à modificação automotiva e bombou, eu lembro que em seis meses eu tinha mais de nove mil membros em um fórum que eu tinha criado dentro desse blog. E foi quando eu falei, “cara, peraí, se tem nove mil pessoas aqui dentro ativas, conversando dentro desse fórum, essas pessoas, elas têm que consumir, porque senão uma hora a conta não fecha. Eu estou gastando dinheiro para manter esse negócio no ar.” Que na época era muito mais caro do que hoje em dia.

Hoje em dia nós estamos falando aí de 30 reais um domínio na internet e 200 reais uma hospedagem, você já consegue começar a brincar com um projeto digital. Antigamente, para você manter um fórum ativo de nove mil pessoas conversando, eram nove mil pessoas ativas todos os dias conversando, a hospedagem passava de 600, 700 reais, e era uma grana para manter aquilo no servidor funcionando.

E foi quando eu tive a sacada de produzir conteúdo focado na necessidade daquela galera, e eu comecei a entender a necessidade através dos comentários do fórum, eu nem fazia pesquisa na época para entender o que eles queriam, e começou a crescer mais o blog. Eu falei, “bom, agora chegou a hora de ganhar dinheiro.” E aí entrou um ponto importante para nós falarmos sobre blog aí para a galera.

O blog, ele não é uma empresa, ele é uma ferramenta do seu negócio, uma ferramenta que eu julgo muito importante para o seu negócio. É como o podcast, é como o canal do Youtube. Não dá para comparar, por exemplo, com o canal do Youtube ou com uma fanpage no Facebook.

Por exemplo, blog e podcast nós não conseguimos comparar com esses outros canais porque o blog e o podcast, ele está na nossa mão, nós que controlamos, nós que dizemos onde vai ser, onde estará hospedado, como será, e mesmo que, sei lá, se você hospeda o seu podcast no SoundCloud ou no Podbean, qualquer site de podcast, mesmo que esses sites saiam do ar você pode pegar essa sua mídia e transferir para um outro local sem perder os seus assinantes que estão lá no iTunes, que vão no seu blog ou via através do play, do seu podcast, sem perder o seu blog porque o seu blog só sai do ar se você não pagar a hospedagem ou se você não pagar o domínio. E o seu blog sai do ar, mas se você tem um canal no Youtube, uma fanpage e amanhã os caras do Youtube resolvem que não vai ter mais canal e deletam o teu, você não pode fazer nada, fanpage a mesma coisa, perfil no Instagram, a mesma coisa.

E é importante nós pensarmos em uma coisa. Quando eu penso e empreender com blog, eu tenho que entender que o blog, ele é o meio termo do meu negócio, ele é a chave, o elo que vai unir o meu cliente comigo, que vai unir o meu leitor comigo para que eu transforme esse leitor em um cliente, e tudo bem se não forem todos, porque não serão todos, mas você consegue transformar uma boa parte em cliente. E, por ele ser esse elo, eu tenho que entender que ele é uma ferramenta muito importante para o meu negócio online.

Mas um blog bem estruturado, para você empreender com o blog, ele só nasce quando você planeja isso. É como planejar a abertura de uma loja física. Vou planejar lá, vou abrir, sei lá, um quiosque no shopping, você não vai simplesmente lá, monta um quiosque, começa a vender. Tem todo um planejamento, você tem que entender se aquele shopping vai ter o público que você quer atingir com aquele produto que você vai vender, você tem que entender os custos daquilo ali. Qual é o meu caixa? Quanto tempo eu vou levar para recuperar o dinheiro que eu investi aqui? Quanto provavelmente isso vai vender? Qual o ticket médio que as pessoas compram aqui? É todo um planejamento.

Para um blog é a mesma coisa. Eu vou criar um blog, vou gerar conteúdo gratuito nesse blog para atrair esses leitores e ajudar esses leitores, mas a partir de qual momento eu ofereço um produto ou um serviço para esses caras? Quando que eu faço isso? E se você não tem esse planejamento, que vai acontecer? Você vai ser mais um blogueiro escrevendo ótimo conteúdo, blogando pra caramba, com bons leitores chegando até o seu blog e aí você não vai saber como ganhar dinheiro com blog, que é o que acontece com 90% de quem cria um blog.

O cara cria um blog, como é que ganha dinheiro agora? Não planejou antes, não entendeu que era possível criar um produto em cima, e que o blog era um intermédio entre a venda e esse produto, entre o cliente e esse produto. O blog, ele é só um intermédio, e não percebeu isso e aí deixou morrer a ideia.

Mas basicamente é isso, eu sempre penso que o blog, ele é mais uma ferramenta do que o negócio em si. Porque através do blog você cria as ramificações para o seu negócio. Dá para você vender também dentro do blog, publieditorial, banner, essas coisas mais tradicionais que nós conhecemos.

Mas se você quiser ir além, por exemplo, criar infoprodutos, vender como afiliado, criar um e-commerce atrelado ao blog, você tem que entender que o blog é a principal ferramenta do seu negócio, ele não é o seu negócio, ele é a estrutura, a ferramenta principal para alavancar o seu negócio.

DANIEL: Perfeito. É necessário planejamento. Como você falou, é uma propriedade de mídia, na verdade. Eu gosto muito desse termo, o blog é uma propriedade de mídia, e o obstáculo, o primeiro obstáculo que muitas pessoas passam é começar a construir a sua terra, começar a construir a sua casa, sua propriedade em terra alugada, em terra de outras pessoas, o que chamam de Sharecropping ou meação. E como você falou, o Facebook muda as regras, o Youtube muda as regras, o site X, Y, Z muda as regras e você se ferra, depois de ter investido anos e possivelmente até muito dinheiro para construir uma audiência naquele local.

Hoje tem algumas pessoas construindo no Medium, por exemplo, superinteressante, mas é mais inteligente começar a se indicar conteúdo lá, não é? Colocar um conteúdo, que pode até ser um conteúdo original, mas entender que sua principal audiência vai estar então ou no seu blog ou na sua lista, no e-mail marketing, e evitar esse Sharecropping, essa meação e aí, como você falou, ouvir a audiência.

Você começou a ver os comentários das pessoas nos blogs, no fórum e já começou a criar produtos. E isso é essencial, não é?

Tem um projeto novo de curação que eu iniciei, que é o impresario.com.br, e eu estava comentando esses dias lá que não é o que você publica, mas é o que as pessoas retornam em relação ao que você publica. E, com isso, você consegue realmente entender que produto, que serviço, que negócio criar, e é que está a graça do Mídia, Não Marketing, do planejamento tradicional, mas é essa troca, ao invés de anos e anos ou meses e meses de desenvolvimento para colocar o produto no mercado e ver que assim a coisa não funciona.

Como você falou, não fez fórmula, mas você entendeu na prática. Isso é até mais interessante, não é?

CHICO: Sim, você começa a perceber que tudo parte de como você pretende crescer o seu negócio dentro do mercado que você pretende entrar.

É muito, muito comum nós vermos pessoas que entram nessa vibe do empreendedorismo digital ou do marketing digital, as pessoas dão nomes bem estranhos para esse modelo de negócio, para mim é empreendedorismo como qualquer outro, entram nessa vibe e aí a pessoa entra e ela fala, “bom, a minha missão é ajudar pessoas.”

Até então, eu entendo que eu ajudo pessoas, você ajuda pessoas, quem está nos ouvindo ajuda pessoas, o padeiro ajuda pessoas, o cara que corta o meu cabelo me ajuda, ele está ajudando pessoas, todo mundo ajuda pessoas. Isso não é uma missão. Isso é uma coisa obrigatória do seu negócio, ajudar as pessoas.

Agora, as pessoas entram nesse mercado, aí o cara fala assim,

“gastei uma grana, comprei uma bela câmera para gravar vídeos, comprei um microfone para gravar o podcast e eu registrei o meu domínio na internet, comprei uma hospedagem, só que eu não quis fazer o meu blog porque eu achei que era difícil.”

E não é nada difícil, qualquer pessoa consegue colocar um blog na internet, isso é muito fácil de fazer.

“Mas aí eu contratei um designer e tal e paguei 10 mil reais para ele fazer tudo isso.”

Muito bom, isso é muito legal, muita gente está fazendo isso, e quando alguém me conta isso eu falo,

“tá bom, e o negócio? O que é o teu negócio?”, “não, meu negócio é ajudar pessoas”, “não, tudo bem, mas o que você vende? O que você ajuda? Qual é o teu produto? Quando uma pessoa compra o que você vende, como é que ela sai? Como que ela chega até o produto? Tanto através pelas mídias que você utiliza e através também pelo lado emocional dela, ela compra o teu produto por quê? Por uma dor ou por um prazer? E quando ela compra, adquire, como ela sai? Qual é a transformação que você entrega?”

Aí é muito comum eu ouvir,

“não, o produto eu ainda não pensei”

“porra, então não é um negócio. Isso não é um negócio então. Você criou tudo isso, canais em várias redes sociais, mas você não tem um produto, você não vende, então isso não é um negócio.”

Um negócio para ele existir, você precisa ter uma ideia junto com, talvez, a sua paixão, com a sua habilidade, que aí é o melhor dos mundos, você trabalhar com o que você ama, ter pessoas dispostas a pagar pela sua ideia e encontrar um meio de que as pessoas paguem por isso. Isso é um negócio. É comum vermos as pessoas criando todos esses canais.

Isso é interessante, Daniel, sabe por quê? Essa baixa barreira de entrada. Criar hoje um canal no Youtube, sei lá, leva cinco minutos. Você tem um celular, você grava um vídeo, coloca no Youtube. Você criar um blog também, você cria blogs em cinco, 10 minutos, é muito fácil. Para quem está nos ouvindo aí deve estar pensando, que coisa, não dá para criar um blog”, dá para criar um blog em cinco minutos, é muito fácil fazer isso, e colocar um blog no ar.

Só que não é isso. É antes disso. É por isso que em um dos projetos que eu tenho, que é Empreendendo com Blog. Por isso que o nome do projeto chama Empreendendo com Blog porque o empreendendo vem antes do blog, eu tenho que primeiro montar a minha base empreendedora, entender o produto que eu vou vender e aí eu encaixo o blog na minha execução, eu coloco o blog como a plataforma principal do meu negócio e não o contrário, eu não crio o blog para depois pensar, que nem agora, “quem é que eu vou atingir? Que eu vou vender?”. Aí pronto, você já perdeu muito tempo e já não consegue mais fazer mais nada.

DANIEL: É verdade. E tem uma grande parte, não sei se nós podemos dizer que a maioria, mas com certeza todo mundo que quer empreender passa por isso, “bom, qual vai ser o meu produto? Qual vai ser o meu serviço? Qual vai ser o meu negócio? Que mercado que eu devo atingir?”.

E você vê isso então no dia a dia também? Você ajuda as pessoas a empreender com o blog, você vê isso pra caramba, as pessoas querem empreender, mas não sabem que produto, não sabem que serviço. Como que você ajuda as pessoas a descobrirem esse produto, esse serviço? Tem a ver com a paixão delas principalmente?

CHICO: Legal. Assim, efetivamente sendo pró blogger, trabalhando profissionalmente com blogs, são oito anos. Desde quando eu tinha um outro projeto, que se chamava Subvertendo, aí apareceu o MídiaBoom, em 2009.

O MídiaBoom é um dos maiores blogs sobre mídias sociais que teve no Brasil na época, um blog extremamente coletivo, e ao longo desse tempo, utilizando blogs. Quando eu fundei uma agência de marketing, nós usávamos muito blog para estratégia das empresas também, empresas grandes, 3M, Claro, Sagatiba, alguns shoppings de São Paulo.

Quando eu fui criando essa estratégia eu fui remodelando os planejamentos para utilizar blog e eu criei um conceito, que eu comecei a usar para mim há algum tempo atrás, e eu percebi que era muito funcional e qualquer pessoa conseguia aplicar.

Eu divido a criação de um projeto utilizando blog, de um empreendimento online utilizando blog, da seguinte forma: primeiro nós temos que entender quais são. Os meus alunos que participam do treinamento avançado Empreendendo com Blog, primeiro eles fazem todo um exercício para entender quais são as habilidades que eles têm, quais são as paixões que eles têm. Dentro desses dois exercícios nós tentamos unir habilidade com paixão, que é o melhor dos mundos, ou seja, ele gosta muito de uma coisa e ele é muito bom fazendo uma outra coisa, e se juntar dá um negócio, dá uma ideia, você pode criar produtos em cima daquilo, pode criar serviços.

Partindo disso você, já cria uma estrutura. O cara já tem ali habilidade, paixão, legal, muito bom, e aí lança o blog? Não, agora nós vamos entender se tem mercado para essa sua habilidade, para essa sua paixão. Vamos ver se tem mercado primeiro.

Nós utilizamos várias ferramentas disponíveis aí na internet, uma das mais básicas é o Planejador de Palavras-Chave do Google, que vai nos mostrar a quantidade de pessoas pesquisando sobre aquele assunto, que o meu aluno vai falar, e aí nós entendemos a quantidade de pessoas que estão pesquisando sobre aquele assunto, faz uma análise um pouco mais profunda de “peraí, elas estão pesquisando sobre esse assunto, mas onde elas chegam? Os sites que elas chegam, o que os sites estão oferecendo? O que eles estão vendendo? O que eles não estão vendendo, principalmente, e que deveriam estar vendendo?”. E você descobre isso através de vários caminhos.

Por exemplo, a pessoa está pesquisando lá “como empreender com blog.” Bom, legal, estou vendo que um monte de gente está pesquisando esse assunto, deixa eu ver onde elas estão indo quando elas fazem essas pesquisas, elas vão lá em 10 sites diferentes. Eu vejo lá, esse site está oferecendo tal produto, esse site está oferecendo um curso do Instagram, esse site está fazendo isso, bacana, e eu começo a ler os comentários daquelas publicações e eu começo a descobrir as necessidades mais profundas daquele público, e mais quentes.

O cara que tem uma necessidade muito grande em um mercado, ele deixa um comentário em um blog, ele deixa um comentário em um fórum, ele deixa, ele coloca o problema dele em um grupo, como grupos de Facebook ou grupos no LinkedIn. E você vai olhando aquilo, você vai mapeando aquilo, vai fazendo um monitoramento e você olha e fala assim, “legal cara, peraí, olha, esse cara falou X aqui, esse cara falou isso aqui Y, esse cara falou que…”. Você começa a entender que tem mercado para você atuar.

Depois disso, esse segundo ponto de analisar profundamente, nós vamos para um terceiro passo que é o seguinte: não colocamos o blog no ar. Nós fazemos dois lançamentos. O primeiro lançamento é: antes de eu criar o blog eu crio um produto, uma ideia de produto, um produto mínimo viável e aí, através de umas estratégias que eu mostro para os alunos, nós criamos uma lista de pessoas interessadas nesse produto. O aluno, ele vai lá e cria essa lista de e-mails de pessoas interessadas no assunto, através de algumas estratégias que eu mostro, e ele faz o lançamento de um produto mínimo viável, de um protótipo.

Digamos que eu e o Daniel, nós resolvemos criar um produto falando sobre marketing. Vamos criar um produto para ajudar pequenos empresários, falando sobre marketing e vamos lançar um blog. Antes de nós lançarmos o blog, vamos lançar um produto base, um minicurso com quatro vídeos que vai custar 40 reais, 50 reais, só para nós sentirmos se as pessoas querem mesmo isso. E aí eu estou fazendo aquela união que eu falei antes, não é? Eu já encontrei a minha habilidade com a minha paixão, eu descobri necessidades desse público, agora eu vou entender se esse público paga por isso, antes de colocar o blog no ar, antes de colocar o meu projeto inteiro no ar, gastar dinheiro com isso, gastar tempo com isso. E eu faço um lançamento de um produto, de um produto pequeno, vejo se vendeu. Vendeu? Teve aceitação? Ô, legal, vendi o produto, 10 pessoas compraram, cinco compraram, 25 compraram, tem mercado aqui, eu consigo atuar aqui, tem mercado para escalar essa minha ideia, escalar esse meu negócio, muito bom.

Agora você tem um produto e você vai entregar esse produto. Você vai gravar as suas aulas, vai criar o seu ebook, vai entregar o produto do jeito que você achar que deve ser entregue, empacotar ele do jeito que você achar.

Nós partimos para o segundo lançamento, que é lançar o blog. Porque agora você tem lista de pessoas interessadas no que você está falando, que você criou para o lançamento dessa lista, você já tem alguns alunos de um produto que você criou, que você está começando a entregar, ou seja, existe ao seu redor uma pequena comunidade de pessoas interessadas no que você está falando, e você parte para o lançamento do blog.

E um blog não é só colocar no ar e falar, “e aí gente, acessa lá, está no ar”, que é o mais comum que as pessoas fazem. Dois dias depois a pessoa entra lá no Analytics, vai ver, “ah, nossa, mas ninguém acessou.” É claro, você não criou aquele burburinho, você não criou o buzz, você não criou aquele aquecimento que a pessoa fala, “nossa, o cara vai colocar alguma coisa no ar, que bacana.”

Tem essa segunda estratégia de lançamento, que leva mais ou menos uns  10, 15 dias, que é todo um trabalho que nós fazemos de marketing, que o aluno que faz parte do Empreendendo com Blog faz, ele vai fazendo algumas estratégias que eu vou ensinando para criar esse burburinho ao redor dessa comunidade no mercado que ele já está começando a atuar, aí sim ele lança o blog, mas ele lança o blog totalmente montadinho, bonitinho, com página de captura de e-mail para ele capturar e-mail de mais pessoas interessadas no que ele está falando, artigos preparados, e os artigos são artigos estratégicos para fazer o blog dele crescer cada vez mais.

E olha que interessante. Quando o cara lança o blog e o blog está no ar, o blog dele chega a bater, – a média dos meus alunos é chegar a bater 1000, 1500 visitas na primeira semana de blog -, só que ele já tem um produto, que ele acabou de vender, já tem pessoas chegando nesse blog, criando uma lista de e-mail, na segunda semana, ele consegue relançar esse produto que ele já criou. Ou seja, o cara já começa criando um negócio, e depois ele só vai crescendo esse blog, fazendo esse blog ter mais audiência, mais visitação e ir monetizando esse blog através de vários outros serviços e produtos que ele vai criando.

DANIEL: Chico, fantástico, fantástico.

CHICO: Legal, não é?

DANIEL: É muito bacana. Você tem um planejamento bem estruturado e um passo a passo para fazer o aluno ter resultado de verdade. Isso é essencial, e não é fácil você fazer, você chegar nisso. Como você falou, foi com experiência, não é que você leu isso em algum lugar e vai colocando, é experiência. Excelente.

Chico, você passou por empresas, diversas empresas, você foi destaque no R7, no portal da Band, Saia do Lugar, Startup, várias publicações renomadas. Você empreende desde os 20 anos. Quando que você viu que tinha que ser um empreendedor?

CHICO: Isso é muito doido, porque assim, o empreendedorismo, ele virou uma moda. Acho que nós até saímos um pouco da moda, – não sei se nós saímos tanto ainda -, mas hoje em dia existem duas modas rolando.

Quando nós falamos moda, parece que é uma cosa ruim, “ah, virou moda”, não, moda é bom. Toda vez que algo vira moda, todo mundo tem acesso e quando todo mundo tem acesso todo mundo tem a mesma oportunidade na mão. Isso é bom, isso no final separa o joio do trigo, isso mostra quem realmente quer fazer de quem só estava ali brincando com o negócio.

Mas hoje existem duas modas. A moda do empreendedorismo e a moda do propósito. Eu vou empreender, mas eu preciso ter um propósito para empreender, e fica nesse ciclo vicioso, esse círculo vicioso do, “primeiro preciso encontrar um propósito para empreender, mas se eu não empreender, não vou encontrar um propósito” e a pessoa fica girando dentro disso e não vai.

Mas quando eu fui empreender, não foi nem por oportunidade, nem por conhecer o que era empreender, foi por uma necessidade. Eu comecei a empreender aos 21, eu tinha uma carreira muito interessante com 21 anos de idade.

Eu sou de uma família que minha mãe e meu pai são analfabetos, eles são paraibanos, eu também sou paraibano, moro em São Paulo desde os três anos de idade, estudei em escola pública, todo aquele negócio que você olha e você fala assim, “eu não vou conseguir ter tantas oportunidades”, sabe? E uma coisa que mudou muito a minha cabeça foi um lugar onde eu fui trabalhar.

Eu fui trabalhar como office boy em um lugar, que era uma empresa de comércio exterior, e nessa empresa eu conheci um cara, eu sempre fui muito dedicado, sempre fui muito um cara hard work mesmo de trabalho, sempre gostei muito de trabalhar, independente do que eu fizesse, já trabalhei com várias coisas diferentes, até vender iogurte nas Cohabs de São Paulo eu já vendi quando estava desempregado.

Quando eu fui trabalhar nesse lugar eu conheci um cara chamado Amilton. Esse cara estava montando um site, ele estava montando um site na época. Isso eu estou falando, vou fazer 34 anos, falando há 14 anos atrás, 13, 14 anos atrás, ele estava montando um site no HPG.

DANIEL: Lembro.

CHICO: Aquelas das antigas. Você lembra do HPG?

DANIEL: Opa.

CHICO: HPG era Homepage Grátis. Para quem está nos ouvindo, era tipo um Wix, você podia montar o seu site de graça lá no Wix, no HPG, e, na boa, era muito melhor do que Wix, era muito melhor e era de graça, gente, era de graça o HPG, era muito bacana. Tinha vários na época. Eu lembro que tinha vários que faziam isso. Tinha o Blogger, depois Blogspot, tinha várias coisas assim.

DANIEL: Era melhor do que ficar trabalhando no FrontPage ali, não era?

CHICO: Sim. Nossa eu aprendi, eu aprendi a fazer site no FrontPage. Eu dizia para os meus amigos que eu era o melhor profissional de FrontPage do Brasil.

DANIEL: ((Risos))

CHICO: Só sabia mexer no FrontPage. Até hoje eu não sei mexer no Dreamweaver, só sei mexer no FrontPage. Nem existe mais o FrontPage.

DANIEL: Era intuitivo.

CHICO: Se você me der um FrontPage, eu monto uma página ‘lindassa’.

DANIEL: Com certeza.

CHICO: Mas era a única coisa que eu sabia mexer assim. Nesse site de carro que eu comentei que eu tive, era um site que depois de um tempo eu instalei o WordPress. Mas antes de instalar o WordPress e ter um blog nele, ele era um blog em formato de site, era tudo página HTML, porque o WordPress ainda estava nascendo, não era tão bom. E aí eu lembro que quando eu transformei ele em WordPress, eu levei 15 dias para pegar todo o conteúdo e colocar em WordPress porque eu tinha mais de 400 páginas em HTML, tudo montando na mão no FrontPage, olha que doidera isso.

DANIEL: Sem CSS muitas vezes, se precisasse mudar a cor de um título, tinha que ser todos na mão.

CHICO: É, o menu que ficava no site…

DANIEL: Mudar em todas as páginas.

CHICO: Não, ele era um iframe, tinha que fazer uma gambiarra. Era uma gambiarra isso.

O iframe, para quem está nos ouvindo e não sabe, é um código que você coloca e você puxa a informação de outra página, você muda em uma página, muda em todas. Só que às vezes mudava em todas e quebrava em outras, porque o tamanho ficava diferente, do mesmo jeito dava um trabalho da porra para fazer aquilo, sabe? Pô, era difícil pra caramba. Não tinha Youtube, você não subia vídeo no Youtube. Você queria fazer vídeo no teu site, você tinha que subir o vídeo no teu servidor e deixar um play lá para o cara tipo assistir no… nossa, e aí comia uma banda de servidor danado, você gastava uma grana violenta, era um negócio muito doido.

DANIEL: Vídeo era o pior, não é?

CHICO: Era o pior. E foto. Foto você tinha que diminuir a qualidade pra caramba senão o cara ia acessar da casa dele com a internet discada, ele não conseguia ver a foto, você tinha que diminuir qualidade pra caramba. Hoje em dia a galera tem uma boiada danada aí, tem uma facilidade danada, dá dois cliques ali, já tem um site no ar.

DANIEL: Toda essa parte difícil, ela já está pronta, agora o que fica difícil… então legal, está nivelado, todo mundo pode entrar, todo mundo pode ser um empreendedor.

Na verdade, é mais difícil hoje, porque se você passasse por essas barreiras antes, legal, você já estava lá e tinha pouca concorrência, agora não, agora o difícil é você realmente criar um negócio, você perder tempo e focar em um negócio. Por isso que quem fica preocupado em fazer o site mais lindo possível, investe dezenas de milhares de reais naquele puta site e não está investindo no negócio, no produto, na audiência, na lista como um todo, está perdendo tempo e dinheiro não é?

CHICO: Sim. É o que nós estávamos falando, a barreira de entrada hoje é muito baixa, por isso nós vemos um monte de gente entrando.

E assim, nessa época que eu conheci esse cara, ele começou a me mostrar como fazer site e casou muito bem com uma época que eu ganhei um curso. Eu tinha saído da escola tinha feito um ano, já tinha terminado o colegial e não sabia o que fazer da vida. Estava entre aquela indecisão, “faço faculdade?”, não tinha dinheiro para fazer faculdade, e queria comprar um carro na época, eu já tinha um carro, na verdade, queria trocar de carro. Nisso surgiu uma oportunidade de fazer um curso gratuito de web designer, e eu ganhei a bolsa lá, fui fazer o curso gratuito, incentivado por esse cara, que era o Amilton, que trabalhava nessa empresa que eu trabalhava.

Aprendi a fazer site, mas aprendi o básico assim, HTML, imagem, essas coisas, tal. Hoje eu sou muito bom no Photoshop, faço coisas bem legais no Photoshop, graças a esse curso que eu fiz na época, e fui evoluindo depois, sempre mexendo.

DANIEL: Legal.

CHICO: E assim, foi tudo isso acontecendo, chegou um momento que a minha irmã, – eu tenho uma irmã cinco anos mais nova -, ela começou a ter uns problemas de saúde, ela estava no primeiro emprego dela, com 18 anos, começou a ter uns problemas de saúde e nós descobrimos que ela estava com esclerose múltipla. E, nesse momento, só éramos eu, minha mãe e a minha irmã na época. Minha mãe, empregada doméstica, – até hoje também, sempre adorou esse ofício dela -, e foi quando ela falou, “e aí? Eu vou sair do emprego e você mantém a casa.”

E aí eu percebi o seguinte: minha mãe já estava com quase 50 anos na época, se ela saísse do emprego, para ela voltar, ia ser muito difícil. Para mim não, se eu saísse, eu poderia voltar, eu só tinha 21 anos de idade, poderia dar um jeito de voltar mais para frente, estava com 21, 22 na época.

Qual foi a decisão que nós tomamos? Minha mãe continuava no emprego, eu saía do emprego que eu estava, que eu ganhava superbem, era muito bem reconhecido lá, a empresa já estava pagando a minha faculdade, ou seja, a empresa pagava a minha faculdade de comércio exterior, e foi muito interessante porque casou tudo.

Eu não queria fazer comércio exterior, a empresa me pagava porque era uma empresa de comércio exterior, mas eu não queria viver daquilo para a minha vida toda, eu queria trabalhar com marketing, sempre adorei muito a publicidade, a comunicação, e aí casou tudo.

Saí da empresa, na época o meu ex-chefe, que eu digo que foi um dos meus maiores mentores, ele entendeu os motivos, ele ajudou até financeiramente nessa saída também, e fui cuidar da minha irmã. Só que chega uma hora que o dinheiro acaba, e o dinheiro estava acabando. Foi quando eu falei, “o que eu vou fazer agora?”. E surgiu a oportunidade de fazer um site para um amigo meu. Ele falou, “pô, cara, faz um site lá para a empresa do meu pai, meu pai tem uma empresa de móveis”, “ah legal cara, pô, vou fazer, eu sei fazer.” Fiz.

Eu lembro que nessa empresa que eu trabalhava, Daniel, eu ganhava na época uns 2500 reais, para a época era muito dinheiro, um garoto de 21, 22 anos ganhar 2500 reais, era muita grana isso, estamos falando há 12 anos atrás, era muito dinheiro.

E eu fui fazer esse site e o cara me pagou 500 reais pelo site, e eu pensei, “caraca velho, eu trabalhei tipo três dias, ganhei 500 reais. Na outra empresa eu trabalhava um mês para ganhar 2500”, o raciocínio foi lógico, “se eu fizer 10 desses por mês, eu ganho cinco mil”.

DANIEL: Compensa.

CHICO: E de casa. E eu tinha um computador bichado, um computador zoado lá, que a empresa que me deu na época, que eles iam jogar fora e eu peguei, reaproveitei, tela de tubo, sabe uns negócios assim? HD, para você ter noção. Hoje nós vamos lá comprar HD portátil de um tera, você tem celular com 128 gigas. Eu tinha um HD que tinha 40 gigas no computador. Eu tinha que toda vez limpar HD, colocar os arquivos em CD para poder deixar ela vazia, que senão lotava o HD.

DANIEL: Maravilha.

CHICO: Não, era pauleira. Eu lembro que eu fiz o primeiro site, eu falei, “porra, legal”, e aí o cara me indicou para um outro cliente, eu fiz de novo, 500 reais, em uma semana eu ganhei mil reais. Falei, “caraca, que beleza, velho”, e eu falei, “beleza, o que eu vou fazer?”. Peguei uma parte dessa grana, fiz panfletos e comecei a distribuir pelo bairro da Freguesia do Ó, que é onde eu moro até hoje, também nesse bairro. E eu fiz durante dois anos mais de 150 sites para comerciantes no bairro da Freguesia do Ó, tudo FrontPage. Na época o cara não queria blog, queria um site, uma página lá e pronto, com o telefone dele. Era um folder online. Era isso.

DANIEL: É.

CHICO: E 150, cara. E quando eu me vi, eu tinha um escritório pequenininho, que eu alugava, custava 250 reais o aluguel, ficava em cima de uma Casa do Norte, o quintal, final de semana sempre tinha ali um forrozão rolando, eu ficava em cima.

DANIEL: Que beleza. ((risos))

CHICO: E nós trabalhando, e eu tinha dois funcionários. Eu falei, “legal isso aqui cara.”

Eu me lembro muito bem do momento de um dia que eu cheguei, nós estávamos bombando de trabalho, tinha muita coisa para fazer, dois moleques trabalhando comigo lá, nós com site para entregar, tive que recusar dois clientes. Nesse momento, eu olhei e pensei, “caraca, isso aqui é um negócio, velho, isso é uma empresa”, sabe? Tipo, “eu não estou mais brincando, isso aqui é uma empresa, está dando dinheiro, estou dando salário para os caras, isso é uma empresa, velho.”

E aí se tornou uma empresa quando um dia um dos clientes falou, “ô, eu preciso de nota fiscal”, eu falei, “putz, eu não tenho nota fiscal”, ele falou, “como assim, cara? Você é um empreendedor, você é um empresário, você tem que ter nota fiscal.” Foi a primeira vez que alguém me chamou de empreendedor.

Foi quando alguma coisa dentro de mim falou assim, “é isso aí que você tem que fazer para a vida toda, é isso daí.” E eu fui, abri o meu CNPJ. Eu trabalhei como office boy em uma empresa de contabilidade, então eu sabia abrir o CNPJ sozinho. Eu fui lá, fiz tudo sozinho, abri um CNPJ, só precisei de um contador para assinar, que por acaso era um amigo meu também, eu corri atrás de tudo, quando eu me vi, eu era empreendedor. E nunca mais parei. E aí, claro, eu tinha os meus altos e baixos, vendi essa empresa.

DANIEL: Era a Social Tag?

CHICO: Não, não, não era. Era uma empresa que chamava Pluga Web.

DANIEL: Pluga Web.

CHICO: Pluga Web. Isso nós estamos falando de 12 anos atrás, uma empresa chamada Pluga Web, fazia sites.

Eu abri uma consultoria em e-commerce, prestei consultoria e-commerce para mais de 200 pequenos empresários, os ajudando a criar as lojas virtuais deles, que na época estava bombando.

Depois disso fechei essa empresa, peguei essa grana e resolvi investir em uma empresa de alarmes automotivos, um cara que eu conhecia, que conhecia outro cara, que tinha criado um alarme automotivo muito foda e os caras não sabiam como vender, e eu era bom nesse negócio de marketing e os caras queriam alguém para isso, entrei como sócio na empresa. Nos primeiros seis meses a empresa já tinha faturado um milhão de reais, eu falei, ” é agora que eu vou ficar rico, é agora que eu vou me dar bem na vida.” E aí o que aconteceu? Um dos caras roubou a empresa e a empresa faliu e eu fiquei devendo mais de 100 mil reais do Serasa.

DANIEL: Meu Deus do céu!

CHICO: Ferrou tudo de novo, voltei a ser pobre de novo. Eu falei, “caraca, velho, como é difícil fazer isso.” E voltei a trabalhar para algumas pessoas, trabalhei como web designer em ateliê de design, em indústria de mangueiras industriais. Imagina o que faz um web designer em uma indústria de mangueiras, eu estava lá, fazendo o site dos caras e tudo mais, paguei todas as contas.

Chegamos até 2009, quando eu criei o MídiaBoom, que foi esse blog sobre redes sociais, que na época estava bombando as redes sociais, eu estava estudando muito o assunto. E em 2010 nasceu a Social Tag, que foi a agência de marketing e mídias sociais com foco em conteúdo, que eu criei também, que eu fundei. Depois entraram mais dois sócios, que foi o Rafael Nunes e o Beto Tercette.

Em 2014 foi quando eu vi que eu já não fazia mais parte daquele mundo, que eu queria fazer umas coisas muito maiores, e eu refleti durante um ano, analisei outros mercados durante um ano, vendi o MídiaBoom, vendi a Social Tag para um dos meus sócios, vendi um carro que eu tinha, porque eu tinha definido que eu ia trabalhar de casa, então eu não precisava mais de carro, vendi um carro, peguei toda essa grana, entreguei na mão da minha esposa, falei assim, “toma, guarda, se der algum problema na parte financeira aqui, temos esse dinheiro como segurança, e agora eu vou fazer outras coisas.”

E em 2015 eu coloquei no ar o olheforadacaixa.com, projeto focado em ajudar pessoas a destravarem a sua mente e descobrirem as suas possibilidades, quebrar esse medo, não só de empreender, mas esse medo de viver as suas paixões. E foi através desse blog, que é o Olhe Fora da Caixa, que eu cresci muito rápido no mercado de internet e marketing, e venho criando produtos e serviços até hoje com ele, muito conteúdo gratuito.

Em um ano e meio consegui atingir, com o Olhe Fora da Caixa, mais de 500 mil pessoas, atingidas diretamente, não só com o conteúdo, mas com também os produtos e serviços que eu crio.

Muita gente que começou a empreender por causa do projeto que eu fiz e começou a empreender certo, direito, olhando para a sua vida, olhando para os seus negócios, olhando para os seus objetivos. E, isso para mim, não tem nada que pague isso, sabe?

DANIEL: Com certeza, Chico, um exemplo de história de vida. Fico muito feliz em te receber aqui no show. São poucas as pessoas que criaram, não só uma forte presença digital, mas uma comunidade tão bacana, como a que você criou aqui com o Olhe Fora da Caixa.

Como que foi a ideia de criar o Olhe Fora da Caixa? Quando você foi sair da agência, vender a sua parte? Enfim, como que surgiu a ideia?

CHICO: Eu sempre fui um cara de muitas ideias e eu estimulo muito isso nos meus leitores e nos meus alunos e mostro como você criar muitas ideias, como ficar constantemente prestando atenção no que está ao ser redor, eu sempre anotei muitas ideias. Eu tenho o Evernote, eu tenho um documento no Evernote lá que está lotado de ideias de negócio e coisas que eu vou anotando.

E o Olhe Fora da Caixa foi uma ideia de 2012. Em 2012, um dia eu estava na agência e eu li, um livro no Napoleon Hill… Eu sempre tive duas paixões: comunicação e autoconhecimento, sempre, sempre adorei assim. Eu me lembro de 10 anos atrás já ler coisas do tipo, já procurar coisas do tipo, eu li a bíblia sete vezes com o enfoco de entender como aquilo poderia me ajudar como pessoa, não só no lado religioso ou espiritual. E tem, a bíblia é um grande livro de autoconhecimento, é muito bacana, e eu vinha estudando muito isso.

E em 2012, um dia eu estava na agência e estava ali, fui pegar um café e eu passei pela sala que a galera estava trabalhando, para ir em direção à minha sala, e alguém falou, “ah, não sei o que lá do pense fora da caixa”, eu falei, “pô, legal essa frase, já ouvi, onde você leu?”, “ah, eu li em uma revista, olha que bacana.” Aí eu li uma matéria lá, eu falei, “cara, que interessante isso.”

Em 2011 eu tinha visto que o Flávio Augusto tinha começado o Geração de Valor, 2011, estava acompanhando ele desde o comecinho, com vídeos no Youtube. Flávio Augusto, o dono da Wise Up. E eu falei, “nossa, que legal isso”, eu pensei, “cara, eu poderia fazer isso. Eu poderia criar um canal na internet falando sobre esse lado empreendedor que eu tenho, sobre essas coisas que eu vou aprendendo através dos meus estudos sobre autoconhecimento, as coisas que eu vou usando comigo.” E nasceu a ideia do Olhe Fora da Caixa.

Eu registrei o domínio, criei uma página no Facebook, fiz dois, três vídeos para ver o que a galera queria entender. Isso nós estamos falando de 2012, eu ainda não tinha toda essa concepção de criação de blog tão forte quanto eu tenho hoje, mas já tinha uma noção de como fazer negócio com ele. E falei, “vou criar aqui”, e criei mais para um hobby, para fazer nas horas vagas, me divertir um pouco, ajudar algumas pessoas. E publiquei dois, três vídeos, foi legal a aceitação. Depois não consegui fazer mais, não tive mais tempo para fazer. E ficou lá a ideia.

No final de 2014, quando eu decidi vender a agência, vender o blog, até vender o carro, eu peguei uns dois, três dias, eu lembro que eu e a minha esposa nós fomos para a praia e eu fiquei pensando na praia lá. Nós estávamos lá descansando, eu fiquei pensando, “que eu vou fazer da vida agora? Bom, decidi vender tudo, decidi queimar a ponte, decidi me desvincular de tudo isso e viver coisas que eu realmente tenho paixão em fazer, mas o que eu vou fazer?”.

E do nada me veio, me voltou de novo a ideia do Olhe Fora da Caixa, apareceu assim, eu falei, “caraca, peraí, eu tinha um projeto que, pô, eu estava adorando fazer e está lá parado.” E fui ver, estava dois anos sem pagar o domínio, estava livre o domínio, ninguém tinha registrado de novo, eu falei, “porra, é isso.”

Eu registrei o domínio novamente, fiquei dezembro de 2014 inteiro modelando o projeto, já com base nessa estrutura que eu falei aqui para você, desenhando todo esse projeto de como ele seria lançado em janeiro. Comecei a lançar ele em janeiro, coloquei o Olhe Fora da Caixa no ar no dia primeiro de fevereiro, já com um produtinho base na época, que era um produtinho mais focado em redes sociais, que era o que eu sabia fazer na época, que eu estava ainda fazendo essa transição.

Em março de 2015 foi quando nós lançamos, foi quando eu lancei o primeiro infoproduto ligado ao Olhe Fora da Caixa. Foi o congresso online Vá Mais Longe, junto com o Léo Alvarenga, que foi o meu parceiro nesse projeto, e foi o primeiro produto, que nós batemos 100 mil reais em uma semana em venda.

Foi quando realmente começou a virar uma empresa, porque até então eu tinha lançado um produtinho, tinha vendido, estava criando essa comunidade, e lancei esse produto maior para alavancar e dar um boom na comunidade. Mas a ideia nasceu em 2012, é uma ideia parada de 2012.

DANIEL: Que bacana. Eu estou acompanhando a nossa entrevista aqui no meu Evernote, o Evernote é fantástico, não é?

CHICO: Aham.

DANIEL: E por que empreender com blog?

CHICO: Legal.

DANIEL: Você coloca isso de uma forma fácil para quem nunca pensou em empreender com blog ou empreender na internet. Por que empreender com blog, Chico?

CHICO: Primeiro, pela barreira geográfica. Quando você vai empreender fisicamente, presencialmente, – eu sei muito bem disso porque eu já tive empresas com escritório, já tentei criar uma loja e já transitei muito entre esses caminhos do virtual e do presencial -, a barreira geográfica já é um ponto que você tem que considerar muito.

Quando você cria uma loja no teu bairro, você tem o teu bairro para atingir, quando você cria uma loja na Paulista, você tem todas as pessoas que vivem ali e que vão até a avenida Paulista, mas você dificilmente vai conseguir atingir com o seu café, com a sua loja de roupas, com a sua escola de cursos na Paulista, dificilmente você vai conseguir atingir o cara que vai morar lá na Zona Oeste de São Paulo ou o cara que está morando lá no Rio de Janeiro, é muito mais difícil você conseguir conquistar esse cara como cliente.

Com a internet, essa barreira geográfica acaba. Você consegue ter clientes do mundo todo. Eu tenho alunos do Japão, da Espanha, de Portugal, da Califórnia, do Rio de Janeiro, muitos de São Paulo. Eu tenho um aluno de uma cidade que fica no Acre, fica perto… Não, fica no Pará, não lembro, mas é uma cidade assim que tem três mil habitantes, fica próximo ao Acre, para você ter noção, o cara é meu aluno, sabe? Ele está lá. Esse cara nunca teria a oportunidade de fazer um dos meus cursos se eu fizesse algo presencial em São Paulo. A barreira geográfica já é uma coisa indiscutível, não dá nem para comparar.

DANIEL: Com certeza.

CHICO: Segundo ponto, investimento. Para você investir em um negócio físico, você gasta muito dinheiro e você investe primeiro para receber depois, isso se você conseguir receber depois, se você conseguir pagar as contas depois. E mesmo que você consiga, o tempo de retorno desse dinheiro é muito grande, estamos falando aí de… Ah, mas tem franquia.

Tá bom, vamos pegar uma das franquias mais acessíveis, por exemplo, a Casa do Pão de Queijo. É uma franquia totalmente acessível, eu me lembro que em uma época que eu vi estava cento e poucos mil reais. Você precisa ter cento e poucos mil reais para investir nisso já, e o retorno era de um ano. Ou seja, você vai investir cento e poucos mil, 150 mil, 120 mil, mas só um ano depois você vai recuperar esse dinheiro, trabalhando muito para conseguir isso.

O investimento em um blog, um investimento em um negócio online é extremamente, é muito menor do que esses valores, nós estamos falando de 30 reais um domínio da internet, 200, 300 reais por ano em uma hospedagem para você manter o seu site no ar, nós estamos falando aí de 100, 200 reais em um sistema de e-mail marketing para você ter a sua lista de e-mail. Quando a sua lista de e-mail começar a ser muito grande, que até então, se você vai ter mil, duas mil pessoas, você usa vários sistemas grátis, como MailChimp, por exemplo.

Nós estamos falando de um canal do Youtube que você não paga nada para usar e que você não precisa ter uma câmera profissional para gravar vídeo, você pega o teu celular, teu Iphone, teu Motorola e grava um vídeo com a tua ideia e coloca lá. O seu conteúdo, conteúdo de quem está nos ouvindo aí, ele é imensamente mais poderoso do que o formato que você vai entregar. “Ah, mas o meu vídeo vai ficar muito melhor se eu comprar uma Canon de três mil reais.” É claro que vai ficar melhor, só que não é isso que vai fazer dar certo.

O meu vídeo que tem mais sucesso no Youtube, tem quase 200 mil visualizações, é um vídeo que se chama “Como ler um livro por semana”, eu gravei do celular esse vídeo. É um vídeo que eu conto uma estratégia de como ler um livro por semana, que é uma estratégia que eu conto em um minuto, mas o vídeo ficou sete minutos porque eu gaguejava, enrolei pra caramba para falar, mas tem 200 mil visualizações, porque ensina algo para alguém, resolve um problema.

Esses dois fatores para mim são os principais, essa barreira geográfica já cai por terra e o investimento é imensamente menor na criação de um produto digital e escalar esse produto também. Você cria um curso para vender presencialmente, você precisa ter uma sala para entregar esse curso, as pessoas precisam ir lá, ela precisa ir lá na sua sala. Eu sei por que eu já fiz cursos presenciais, a pessoa precisa ir lá, se você não tem uma escola ainda, uma sala sua, você precisa alugar uma sala, e alugar uma sala, dependendo onde você mora, de dois dias para o curso, é dois, três mil reais. A região da Paulista é três mil reais um final de semana, sábado e domingo, para você alugar uma sala para 30 pessoas.

Agora, você vai colocar 30 pessoas lá, sei lá, digamos que você queira vender um curso a mil reais, 30 pessoas em uma sala, 30 mil reais, três mil reais o aluguel da sala, “pô, mas ainda fico com 27 mil.” Será? Você tem que dar nota fiscal para todo mundo, você tem que montar apostila, tem que ter o coffee break de tudo isso, e ainda tem o seu tempo lá, porque você vai ficar dois dias lá ensinando. “Tá bom, mas ainda fico com 20 mil”. Muito bom. “Você vai conseguir fazer isso todo final de semana?”, “ah, consigo”, “tá bom, então você vai faturar 80 mil por mês.” Tá bom, vamos fazer isso durante um ano então, todo final de semana você tem que lotar essa sala com 30 pessoas, a mil reais cada pessoa, o ano inteiro, todo final de semana, você não tem mais final de semana, ou seja, durante a semana o seu trabalho é fazer com que você consiga colocar 30 pessoas na próxima turma para você faturar 20 mil por final de semana, aí você vai ter 800 mil por ano. Você pode ralar muito, para você conseguir faturar um milhão com essa empresa vai demorar demais e você não vai ter mais vida.

Agora, na internet você pode criar o mesmo curso, atingindo o Brasil inteiro ou o mundo inteiro e conseguir colocar, em uma hora de venda, 30, 40, 60, 100 pessoas dentro de um site, comprando o seu produto a mil reais também, e é muito mais fácil você fazer isso, é muito mais fácil impactar essas pessoas com isso. E não tem nem o que discutir, porque se você coloca… “ah, mas o site cabe quantas pessoas?”, quantas você quiser, vai depender do tamanho do seu servidor, vai depender do site que você construiu. Mas uma área de membros de um curso, você pode colocar mil pessoas se você quiser lá dentro, ao mesmo preço, que vai suportar do mesmo jeito. Você só precisa dar uma pós-venda legal para essas pessoas.

Agora, o que é mais interessante? Você alugar uma sala, trabalhar para pôr 30 pessoas lá dentro, brigando com essa barreira geográfica aí, porque a pessoa só vai conseguir fazer o seu curso em São Paulo, provavelmente se ela mora em São Paulo ou próximo, só se o seu curso for muito foda para a pessoa vim de lá de Curitiba para fazer o seu curso, não é? Por exemplo.

Agora, um cara está lá em Curitiba, viu o seu curso online, “porra, vou comprar, vou comprar porque é online, eu posso assistir hoje, posso assistir amanhã, posso assistir daqui a seis meses o curso de novo, não preciso estar lá presencialmente”, as vantagens são imensas.

DANIEL: Com certeza, com certeza. Como você falou, a barreira de entrada é muito baixa. O meu lançamento do Segredo das Mídias Sociais, eu também gravei do celular.

CHICO: Ah lá.

DANIEL: Porque eu não sou de gravar muito vídeo, mas foi o que teve mais acesso também, não está no Youtube, foi só para o lançamento, mas foi fantástico, a qualidade ficou excepcional. Deu bastante trabalho, eu tive até ajuda de um profissional de vídeo que me ajudou, eu gravei lá nos Estados Unidos, lá tem grandes lojas de departamento e o pessoal te ajuda, todos os standings das luzes eu consegui montar sozinho, recortar tudo, serrote para cá, não sei o que, os clips das lâmpadas são baratos lá, aqui custaria muito mais caro, acho que eram seis luzes, seis lâmpadas grandes, fortes, loja de fotografia, lá era tudo muito mais barato, (inint 54:49), tripé, comprei tudo lá, trouxe para cá. Realmente, a barreira de entrada é muito baixa.

Chico, quais que são as principais dicas para quem quer empreender com blog? Se você precisasse resumir isso.

CHICO: Legal. Para resumir é muito simples. Eu vim falando essas dicas aí enquanto nós estávamos conversando, só que de forma picada, mas é muito simples.

Primeiro é: quais são as suas paixões, as coisas que você realmente gosta de fazer? Porque nós estamos falando de empreender, empreender não é procurar um emprego, procurar um emprego, amanhã, se você não estiver afim, você pede para ser mandado embora, e aí os caras te mandam embora, você vai atrás de outro. Agora, quando você empreende, não dá para você pedir para ser mandado embora, você vai ser o próprio chefe. Já que vamos empreender, vamos empreender naquilo que realmente amamos, naquilo que realmente queremos.

O Mário Sérgio Cortella, filósofo brasileiro, ele fala que só um idiota vai trabalhar com aquilo que não gosta. “Não, peraí gente, vamos empreender?”, “vamos”, então vamos empreender com o que você gosta de fazer.

Então a primeira coisa é: tente descobrir as coisas que você tem interesse, as coisas que você tem paixão, não tente descobrir as coisas que você ama, isso é mais difícil no começo, tente descobrir o que você tem interesse. O que te interessa mais? O que você gosta de falar bastante?

Veja aqui, por exemplo, eu gosto muito de falar de comunicação, de empreendedorismo, de blog, de autoconhecimento. O Daniel fazia uma pergunta para mim, eu fiquei aqui três horas respondendo à pergunta por que eu tenho paixão por isso.

O que causa paixão em você? O que que, quando você começa a falar para os seus amigos na mesa de bar, tomando uma cerveja ou jantando com a sua família, você se empolga? Você aumenta a voz? A galera fala, “nossa, que legal isso! Você fala isso com tanta vontade.” Isso é a sua paixão.

Depois entenda se essa sua paixão, ela realmente ajuda as pessoas, se resolve os problemas das pessoas, se esse conhecimento que você tem, se essas habilidades que você tem, eles resolvem problemas.

E como que você descobre isso? Perguntando para as pessoas. Fala, “olha, eu queria muito fazer uma empresa disso ou criar um produto disso. Se eu criasse, você pagaria por isso?”. Pergunte isso para as pessoas, tem que perguntar isso na caruda, “se eu criasse, você pagaria por isso?”, se a pessoa falar, “pagaria, pagaria porque você é muito bom fazendo isso”, pronto, você tem uma habilidade, uma paixão, as pessoas pagariam por isso. Agora, se você só precisa arrumar um jeito das pessoas pagarem, e de crescer o seu negócio, aí entra, internet, blog, Facebook, Youtube, entra todas essas ferramentas para fazer o seu negócio funcionar.

O seu negócio não é as redes sociais, o seu negócio não é uma fanpage, o seu negócio não é um blog, são as ferramentas para alavancar o seu negócio, o seu negócio tem que nascer antes disso.

Esses meios vão fazer esse último ponto, esse terceiro ponto acontecer, que é fazer as pessoas pagarem por isso, mostrar para elas como elas podem pagar por essas suas habilidades, pelas coisas que você vai criar. E a infinidade de produtos que você vai criar com essas paixões vai aparecer.

Você pensa assim, “ah, eu sou muito bom”, sei lá, “eu sou muito bom em autoconhecimento.” Vamos pegar aqui o meu exemplo, sou muito bom, eu gosto muito de autoconhecimento, eu gosto muito de inspirar as pessoas, eu gosto muito da parte motivacional, eu gosto muito disso, “ah, então a única coisa que eu posso fazer é ser palestrante.” Não, eu posso ser palestrante, eu posso escrever artigos no meu blog, eu posso criar vídeos no Youtube, eu posso criar cursos ensinando as pessoas a ter um pensamento positivo, a buscarem oportunidades, por que eu não posso criar canecas com frases motivacionais e vender? Eu posso criar camisetas, eu posso criar pôsters, eu posso criar eventos, onde as pessoas irão se conhecer para se autoajudarem, posso criar grupos e comunidades para que essas pessoas se ajudem a crescer juntas. Olha a infinidade de coisas que você começa a aparecer.

E isso, esse eterno movimento que você vai fazendo no seu empreendimento, vai atraindo pessoas e vai fazendo com que essas pessoas te digam as necessidades, e essas necessidades vão te dando ideias de negócios, e aí vai nascendo um negócio atrás do outro, um produto atrás do outro, e empresas, uma atrás da outra.

Basicamente são esses três pontos, habilidade + paixão, perguntar se as pessoas pagariam por isso que você quer fazer e encontrar um meio de pagar. E você pode empreender com blog, você pode abrir uma empresa física, é uma escolha tua.

Claro que eu prefiro que você vá empreender com blog porque é muito mais lucrativo e muito mais fácil começar com isso.

DANIEL: Perfeito, gostei muito. Agora no dia 22 de junho, às 20:30 acontece o segundo workshop Empreendendo com Blog, onde você vai ministrar aula online, 100% gratuita, os três passos que pessoas comuns usam para empreender com blog, ter reconhecimento, tempo livre e construir um negócio online lucrativo da sua casa.

Chico, o que as pessoas vão aprender nesse webinar?

CHICO: Um dos primeiros pontos aí desses três passos é mostrar para as pessoas que blog é um ativo e não um passivo.

Que é ativo e passivo? No livro Pai Rico, Pai Pobre de Robert Kiyosaki, ele fala sobre essas diferenças, o que é ativo e o que é passivo. Por exemplo, se você tem um carro na sua garagem e você não usa esse carro para trabalhar, não usa ele para nada, você só usa para passear, um negocinho ali, outro aqui, aí você gasta com gasolina, óleo, pneu. Isso é um passivo. O carro não te dá dinheiro, ele só tira dinheiro de você, isso é um passivo. “Ah, mas um carro é um conforto.” Tudo bem, mas olhando para o seu crescimento profissional e financeiro, o carro é um passivo, ele não está te dando dinheiro.

Agora, se você pegar esse carro e for trabalhar no Uber, cadastrar o seu carro no Uber e for trabalhar com ele na rua, ele vira um ativo porque ele está te dando dinheiro, ele está fazendo renda.

Um blog é a mesma coisa, só que eu vou mostrar os passos de como transformar o blog em um ativo.

Uma outra coisa interessante lá que eu vou mostrar também nesse workshop é quais são, – dentro das possibilidades de se empreender com blog -, as mais lucrativas para monetizar um blog. Quando nós pensamos em blog, nós já pensamos, “vou criar um blog, vou escrever artigos, posts, e vai ter lá banner, vou pegar empresas para comprarem espaços publicitários, aí no máximo eu vou vender um artigo pago, onde eu vou escrever falando bem de uma empresa.” Isso é o que nós pensamos, mas isso não é o que dá mais dinheiro nos blogs novos. Aliás, blogs novos não conseguem ganhar dinheiro com isso, você precisa ter uma audiência muito grande para ganhar dinheiro com isso. E eu vou te mostrar lá, para a galera que vai aparecer no workshop, ao vivo, será uma aula ao vivo, eu vou mostrar lá quais são os mais lucrativos, as mais lucrativas formas de se empreender na internet utilizando um blog para monetizar rápido o seu negócio. Se você não monetiza, não gera dinheiro, não é um negócio, é simplesmente uma ideia, uma ideia por si só não vale de nada, todo mundo tem ideia. Agora, você precisa fazer isso acontecer, monetizar.

Isso é um pequeno resumo, tem mais algumas surpresas que eu vou passar para a galera lá, quem participar do workshop, quem se inscreve já ganha logo de cara o número do WhatsApp que tem contato direto comigo. Todo dia eu estou lá em uma comunidade grande que nós estamos criando lá no Whatsapp de pessoas que estão vindo procurando informações sobre empreender com blog, empreender na internet.

É interessante eu falar o seguinte, Daniel, no dia 22 começa o segundo workshop, mas ele não acaba no dia 22, ele começa e durante alguns dias nós teremos mais algumas coisas, que aí será só para quem se inscreveu, mais alguns conteúdos, mais algumas coisas bacanas, alguns materiais que eu vou mandar no e-mail de quem se cadastrou para deixar totalmente pronto a estrutura para essa pessoa que quer pegar isso e empreender na internet. Já vou deixar tudo montadinho ali para ela, ela vai pegar os materiais, vai pegar as aulas e vai fazer acontecer. Lembrando que é de graça e totalmente online, dá para assistir de onde estiver, só ter uma conexão com a internet que dá para assistir.

DANIEL: E é só acessar www.empreendendocomblog.com e se cadastrar?

CHICO: Só isso. Só acessar esse site empreendendocomblog.com, vai ter uma página lá com um campinho para a pessoa de cadastrar, coloca o e-mail e já garantiu a vaga, não precisa pagar nada para isso.

DANIEL: Chico, quais foram as maiores dificuldades que você encontrou na sua jornada como empreendedor digital?

CHICO: Uma das maiores dificuldades que eu encontrei, para mim foi uma coisa muito pessoal. Foi entender como e com qual público eu falava. Isso foi uma coisa muito minha, eu sei que muita gente está passando por isso, e eu consegui resolver isso, encontrei meios de resolver isso. É uma das coisas que eu ensino para os alunos, o treinamento avançado Empreendendo com Blog. Nós temos o workshop gratuito e tem o treinamento avançado.

O treinamento avançado, ele não está à venda, ele é um produto fechado, nós pensamos em abrir uma outra turma mais para frente, mas os alunos lá, eu ensino essas técnicas de como não passar por isso que eu passei, que foi uma grande dificuldade, que era entender qual era o público que eu falava, qual era o mercado que eu atuava.

Eu sou um cara que fala de comunicação, fala de marketing, fala de autoconhecimento. Qual era o público que eu atuava? Eu fui resolvendo isso e fui entendendo o que era o meu negócio ao longo da minha jornada e fui criando ferramentas para entender isso.

Esse é um mal que eu acabo. Logo nas primeiras aulas do treinamento avançado, que eu mostro para a pessoa, “cara, você não vai passar por isso porque nós temos esses caminhos aqui para seguir e para lá na frente você não ficar nessa dúvida de qual é o teu mercado, qual é o teu público.” O que é muito natural, na internet nós perdermos um pouco a mão de qual mercado eu estou atuando porque aparece oportunidades o tempo todo.

Uma outra coisa também, que foi uma grande dificuldade quando eu comecei a empreender online, foi essa obesidade de informação, quanta informação disponível nós temos na internet, quanto conhecimento, quanta gente oferecendo coisas diferentes para nós. E essa obesidade de informação, uma época ela me dominou e eu não sabia mais o que eu estudava, o que eu aprendia. E chegou um momento que eu tive que de novo ir buscar soluções para isso e não ter mais que passar por isso.

É muito interessante, porque hoje em dia eu consigo exatamente determinar o que eu estudo, o que eu aprendo, quem eu sigo, porque eu sigo essas pessoas, quem são os meus mentores e a vida corre muito mais tranquila. Eu tenho o meu horário para trabalhar, eu trabalho no momento que eu quero trabalhar, quando eu não quero mais ficar online, eu não preciso ficar online, eu fecho o meu computador, eu dou um block no meu celular e eu vou em um parque, eu vou ler um livro. Eu consegui entender como acabar com essa obesidade de informação, que é uma das coisas que eu sei que muita gente sofre.

O tempo também é uma coisa muito difícil. No começo, quando você começa a empreender, você tem um trabalho, você tem faculdade, você tem filhos para cuidar, você tem uma família e você fala, “eu não tenho tempo para fazer isso.” E eu descobri também formas de como encontrar tempo para empreender. Lembrando que eu cuidava da minha irmã, até hoje cuido da minha irmã que tem uns problemas de saúde, ajudo muito a minha família lá. Eu tinha acabado de casar quando eu decidi vender a minha empresa, eu tinha uma empresa na época. Aliás, tinha duas, tinha o blog e tinha a agência de marketing, e como que eu ia conseguir empreender no Olhe Fora da Caixa? E eu tive que buscar soluções para encontrar tempo.

É muito interessante porque eu encontrei muito mais tempo que eu achei que eu não tinha, e consegui empreender tranquilamente, sem ter que virar noites trabalhando, que eu sei que é o que muita gente faz também.

Acho que esses são pontos que eu passei, que eu sei que muita gente passa, e que eu encontrei soluções para isso, que eu levo, eu vou falar um pouco no workshop, que eu falo muito mais a fundo para quem faz parte do treinamento avançado, mas são coisas que eu tenho muita vontade em ensinar porque eu sei que a galera passa por essas coisas, e isso não é muito bom.

DANIEL: Com certeza, com certeza. Para atingir o sucesso.

Lá no manifesto do Olhe Fora da Caixa você fala que é preciso mais do que só olhar fora da caixa, você fala sobre liberdade.

CHICO: Sim.

DANIEL: O que é sucesso para você, Chico?

CHICO: Eu tenho uma definição de sucesso que eu compartilho com um amigo meu, que é o Camilo Bracarense.

Camilo, ele tem um blog muito bacana, que chama Vida Larga, gosto muito do trabalho do Camilo, embora nós não nos conheçamos pessoalmente, nos tornamos amigos aí através da internet, é um cara que eu respeito pela decisão de vida que ele tomou. É um cara que tinha um alto cargo executivo e resolveu largar tudo para viver em uma casinha que tem uma horta, para ficar com a mulher e com a filhinha que tinha acabado de nascer e viver com o pé no chão.

Quando eu decidi vir criar o Olhe Fora da Caixa, eu decidi, primeiro, vou trabalhar na minha casa, quero trabalhar na minha casa porque eu quero acordar no momento que eu quiser acordar, eu quero trabalhar quando eu tiver que trabalhar e quando eu quiser trabalhar para fazer o meu negócio acontecer. Isso não quer dizer que eu trabalho muito, quer dizer que eu trabalho bastante para fazer o meu negócio acontecer, eu quero poder descer aqui na hora do almoço, almoçar na minha casa, ir brincar com os meus cachorros que estão lá fora e eu quero poder andar de chinelo 90% do meu tempo. Foi uma das coisas que eu pensei. Eu não pensei em “ah, eu quero faturar um milhão, eu quero comprar uma mansão.” Claro que eu pensei também em comprar uma mansão, deve ser bem legal morar em uma mansão, mas eu pensei muito mais nessa parte mais emocional, nessa parte mais pessoal do que era sucesso para mim. Tanto que eu moro há três quilômetros da casa da minha mãe, há cinco quilômetros da casa da minha sogra, onde nós podemos ir visitar a minha sogra, meu sogro, as minhas cunhadas, o sobrinho da minha esposa, que tem dois anos. Tudo isso para mim virou o sinônimo de felicidade.

Poder, por exemplo, para quem está nos ouvindo aqui não sabe, eu e o Daniel estamos gravando aqui esse episódio em um sábado de manhã. E essa escolha é uma escolha que eu acho muito interessante porque se o Daniel falasse para mim, “sábado eu não posso, só posso no domingo”, eu falo, “vamos.” Porque assim, eu posso decidir quando eu quero fazer as minhas coisas, eu posso opinar nisso. Eu não tenho ninguém dizendo a hora que eu tenho que chegar no trabalho, a hora que eu vou embora, principalmente a hora que eu tenho que almoçar.

Isso era uma coisa que, quando eu trabalhava em algumas empresas, me dava um negócio assim que eu pensava, “nossa, a pessoa me diz o horário que eu tenho que almoçar, e se eu não estiver com fome naquele horário? Se eu não estiver com fome ao meio-dia? E aí? Eu tenho que almoçar mesmo assim?”. Isso era um negócio que não me descia, sabe? Era um negócio que eu pensava assim, “e se eu não quiser trabalhar na sexta? Se eu quiser trabalhar no domingo? Porque sexta eu gostaria de, sei lá, ir no parque à noite, ir em um show, e eu vou transferir a sexta para o domingo, eu não posso?”. E eu comecei a perceber que essa liberdade que eu não tinha e que se eu buscasse ela, era a felicidade.

E tem um efeito colateral muito bom nisso, você ganha dinheiro fazendo isso, fazendo do jeito que você ama as coisas. Esse é um efeito colateral que acho que muita gente quer ter, e quando eu descobri que tinha esse efeito colateral eu fiquei muito mais feliz.

Mas, basicamente é isso, eu acho que é poder trabalhar com as coisas que eu quero, ganhando bem por isso, que paga as minhas contas, que faz o meu negócio crescer.

Hoje eu tenho pessoas que trabalham no Olhe Fora da Caixa, tenho funcionários, e eu vejo a felicidade deles de poder trabalhar da casa deles, trabalhando em um projeto que eles gostam e ainda ganhando por isso também.

Isso é o sinônimo de felicidade, o resto, dinheiro, ganhar o seu primeiro milhão na internet, comprar a sua mansão com piscina, comprar o seu carrão, isso vai acontecer, vai acontecer em qualquer momento da vida. Isso vai acontecer empreendendo também, até mais rápido empreendendo do que trabalhando para alguém, mas não é esse o sinônimo de felicidade. Isso são ferramentas que vão entrando na sua vida para te mostrar que você consegue, mas não é isso, mesmo que isso acabar você ainda terá o que você definiu como sinônimo de felicidade, e aí é para cada um. Para mim fica muito dentro disso.

DANIEL: Perfeito, uma definição moderna de sucesso, não é?

CHICO: Sim.

DANIEL: Que eu concordo plenamente com você, não acredito que é bem-sucedida a pessoa que está miserável internamente e com a conta bancária gigante, lotada de carro, mansão, e não é isso.

CHICO: Sim.

DANIEL: Perfeito. E eu acredito também que os hábitos são essenciais, não é uma corrida, uma maratona, nós falamos isso, jogar o jogo de longo prazo, the long game. E eu sei que você fala bastante sobre hábitos.

Quais que são os hábitos mais importantes para um empreendedor ou empreendedor digital chegar ao sucesso, Chico?

CHICO: Interessante. Eu acho que existem dois que são fundamentais para qualquer pessoa que queira empreender, acho que para qualquer pessoa que queira crescer no seu lado profissional e na sua vida também.

Primeiro nós temos que entender que o empreendedor, ele é uma pessoa em constante crescimento pessoal. Quando você empreende você aprende muito mais sobre você e isso é muito interessante.

Acho que empreender vale muito mais do que 10 sessões de coaching ou um ano de terapia porque você começa a se descobrir muito mais como pessoa e vê que você tem possibilidades muito maiores do que você acreditava.

Mas acho que o primeiro ponto importante, que é um hábito que toda pessoa que quer empreender precisa criar é: continue estudando, continue sempre estudando, continue sempre aprendendo, e não precisa necessariamente aprender só coisas relacionadas ao que você faz, vá aprender coisas diferentes, vá fazer um curso. “Ah, eu trabalho com marketing, o que eu posso aprender de diferente?”, “não sei, você gosta de gastronomia?”, “gosto”, “vá fazer um curso de gastronomia, vá fazer um curso de violão”, “ah, mas, pô, legal pra caramba”, “não sei, mas tipo, eu trabalho com gastronomia e o que eu posso aprender?”, “bom, pensa em uma coisa que você não sabe”, “ah, eu não sei nadar”, “vai nadar, se inscreve em uma academia e vai aprender a nadar, aprende como nadar não é tão difícil assim, você consegue…”, eu sei por que eu estou falando por experiência própria, eu não sabia nadar, eu comecei a aprender a nadar esses dias aí.

DANIEL: Que bacana.

CHICO: Quando você busca conhecimento constante, aquela frase de Albert Einstein,

“a mente que se abre para novas possibilidades nunca mais se fecha”

Você começa a receber mais inputs na sua mente. Quando você começa a receber muito mais informação na sua mente, nós começamos a criar a criatividade e aí tudo começa a sair da nossa cabeça de forma muito mais clara porque você vai juntando pontos. Quando você é pobre de conhecimento, é pobre de informação, não adianta você tentar ser criativo, você não vai conseguir, não adianta você tentar ter ideia de negócio, você não vai conseguir.

Como que você se torna criativo, uma pessoa cheia de ideias? Enfiando ideias na sua cabeça, enfiando coisas diferentes na sua cabeça. Toda vez que você estiver na sua casa aí, quem está nos ouvindo, está na sua casa e o seu amigo fala assim, “pô, vamos lá no…”, sei lá, “vamos em um lugar que vai ter uma parada sobre palhaço”. Por exemplo, se você estiver na sua casa e o seu amigo fala assim, “vamos lá fazer um curso de palhaço?”, você fala, “ah, fazer curso de palhaço, cara? Você está louco? Eu sou advogado, eu sou chefe de cozinha.” Vá fazer o curso de palhaço, e se você aprender coisas lá que podem agregar no seu negócio? Podem agregar no relacionamento com a sua família? Por que não fazer? Vá fazer.

“Ah, eu moro na minha cidade desde quando eu nasci e eu não tenho intenção de morar em outro lugar”, vá morar algum tempo em outro lugar. O Daniel falou aí que ele estava nos Estados Unidos, as coisas que ele aprendeu, vá morar em outro lugar para abrir a sua possibilidade. Os estudos é o que faz você continuar progredindo sempre.

E o segundo ponto, que eu acho extremamente importante para um empreendedor: enquanto você não encontrar a sua missão de vida, enquanto você não encontrar o seu propósito, gaste o seu tempo, invista o seu tempo ajudando outras pessoas, “ah, mas eu não encontrei o meu propósito, como é que eu vou ajudar outras pessoas sem propósito?”, ajude com o que você sabe, vá ajudar as pessoas com o que você sabe, todo esse conhecimento que você está adquirindo através do estudo, compartilhe com essas pessoas, faça com que elas também aprendam o que você está aprendendo, independente de você cobrar por isso, independente de você não cobrar por isso, isso será uma escolha sua, mas não fique sentado no sofá tentando encontrar a resposta da vida, pare de pensar muito sobre a vida e comece a fazer mais as coisas. E quando você vai atrás de ajudar as pessoas, em algum momento esse tal negócio chamado propósito, ele vai sentar do teu lado ali no café, você vai estar sentado na sua mesa da sua cozinha tomando café, e vai sentar o propósito e vai falar, “e aí? Vamos agora ajudar mais pessoas?”, e do nada você vai descobrir o seu propósito.

O propósito e a missão que nós temos na vida, eu acredito que nós vamos descobrindo ele na caminhada e não sentado no sofá olhando a TV e pensando, “só vou empreender quando eu descobrir a minha paixão, só vou empreender quando eu descobrir o meu propósito.” Comece com o que você tem, parta de onde você está e pare de ficar perdendo tempo pensando na vida, vá dedicar esse tempo ajudando as outras pessoas.

Eu acho que são duas coisas fundamentais para fazer um empreendedor ficar em um ciclo constante aí de movimento.

DANIEL: Perfeito. Como você falou, é como nós colocamos aqui, por que nós falamos Mídia, Não Marketing, mas é exatamente por isso, compartilhar o que você sabe, ajudar a educar, empreender com blog, e aí você começa a ver como fazer a coisa andar, ir para a frente, enfim, como você falou, o importante é começar, criatividade e repertório, precisa fazer coisas diferentes.

Você falou do curso de palhaço, eu comecei a ler um pouco sobre atuação, nunca foi algo que eu acho interessante, atuar, ser ator, não por isso, mas mais pela questão da dicção, pela questão de gravação, entrevista, todo esse tipo de coisa. É muito bacana e tem várias dicas que são essenciais e ajudam tanto para vídeo, para podcast, para tudo.

CHICO: Sim, muito.

DANIEL: Para o nosso mercado, acho muito interessante.

E, por falar em hábito, você também publica sobre produtividade. Lá no Olhe Fora da Caixa você publicou o artigo Como gerenciar o seu tempo e ter uma semana ideal, que tem uma planilha do Michael Hyatt muito bacana. Como definir uma semana ideal, Chico?

CHICO: Primeiro focando nas suas prioridades e no que é essencial. Tem um livro muito bom, que é o “Essencialismo” do Greg alguma coisa, eu não lembro o sobrenome dele agora, mas o livro chama Essencialismo, e ele fala sobre você entender o que é essencial na sua vida.

Nós falamos muito sobre produtividade, sobre aplicativo de produtividade, sobre coisas do tipo, mas se não olharmos para a raiz de sermos produtivos, o que é ser produtivo, nós ficamos nessa neura constante de querer produzir mais. E ser produtivo não é produzir mais, na minha visão é produzir no que é essencial, produzir no que vai te levar para um objetivo.

Quando nós pensamos em ter uma semana ideal, eu preciso entender que todo tempo da semana que eu tenho de trabalho e na minha vida pessoal, – que eu sei que muitos casos são a mesma coisa -, nós não existimos mais essa coisa de trabalho, vida, já está tudo muito junto. Quando você tem esse entendimento do que é essencial para você, você começa a entender prioridade, motivo e objetivo. Quando você começa a trabalhar em algo essencial, e sendo feito corretamente vai te deixar perto de um objetivo. Todo o resto, todas aquelas tarefas de resto que você tem ali, vira resto, e você fala assim, “cara, por que eu estava fazendo isso? Por que eu estava perdendo tempo com isso? Por que eu estava lendo esse livro e não esse outro, que vai me ajudar nisso? Por que eu estava assistindo Big Brother hoje à noite? Porra, não estou entendendo.”

Tem uma frase do Ricardo Jordão que eu gosto muito. Ricardo Jordão é um cara de vendas, que ele fala o seguinte: “enquanto você tiver tempo para assistir Big Brother e ver vídeos engraçados que as pessoas te mandaram em grupos do WhatsApp, você não tem direito de reclamar da vida, você não pode reclamar da vida. Se você tem esse tempo para fazer isso, quer dizer que a sua vida está legal, você não precisa fazer nada.” É usar esse tempo que você tem fazendo coisas que não te leva a lugar nenhum, para fazer coisas que te levam a algum lugar.

E é interessante nós pensarmos no seguinte: nós não estamos falando do lado profissional, nós estamos falando da vida, da vida como um todo. Se você está usando o seu tempo para, sei lá, ficar jogando videogame no sábado à tarde, por que você não para de jogar video game no sábado à tarde e chama a sua esposa, chama o seu filho ou liga para um amigo teu e fala assim, “vamos no bar trocar uma ideia? Vamos no parque?”. Pega o seu filho, leva ele no cinema, faz alguma coisa que você consiga construir algo maior.

Claro, não estou dizendo que jogar videogame é ruim, é bom, mas você tem que entender em quais motivos isso é bom. Também a televisão, tem muita gente que fala, “a televisão, realmente, a televisão não é bom.” Televisão é bom pra caramba, contanto que você saiba quando usar a televisão, “quando eu vou assistir televisão? E por que eu estou aqui assistindo essa televisão agora? Porque eu já fiz as coisas que eu queria fazer essa semana, eu já consegui alcançar os meus objetivos essa semana.”

Então acho que é muito mais trabalhar no que é essencial, usando o seu tempo de forma canalizada. Isso é ser mais produtivo.

DANIEL: Com certeza, com certeza. A coisa mais importante que eu preciso fazer naquele dia eu faço como a primeira coisa do dia, de manhã.

Outra coisa interessante é ter buckets, ter espaços definidos de tempo. “Primeira-sexta feira no mês eu faço isso, segunda sexta-feira do mês eu faço aquilo” e aí todo mês eu repito e eu sei que eu tenho aquilo lá para fazer e vou enchendo aquilo com o conteúdo que eu preciso produzir, com a tarefa que eu preciso completar.

Lista de tarefa não funciona muito bem para mim, eu preciso usar o calendário, eu coloco no calendário, “olha, eu tenho uma hora e meia para fazer essa tarefa, depois eu tenho 15 minutos para fazer aquela outra, depois eu tenho meia hora para fazer aquela lá”, e aí eu planejo o meu dia, minha semana, meu mês, na verdade, eu tenho até o meu ano, até o final do ano está bem planejado.

CHICO: Que legal, o meu também.

DANIEL: Os meus próximos dois meses estão bem planejados. Exatamente como você falou.

O Ricardo Jordão é bom, tem uma frase dele, “não reclame, se você está reclamando, pare de reclamar”, enfim, que é uma das mais compartilhadas no Vitamina Publicitária, lá na fanpage, acho que tem mais de 500 mil compartilhamentos.

CHICO: Nossa!

DANIEL: É a mais compartilhada lá. E todo dia tem ainda compartilhamento, já fazem anos que foi publicada, acho que final de 2013, 2014. E é isso aí, tem essas duas pessoas. Quem reclama e quem faz. Se você está reclamando, você não está fazendo, não está vendo a solução.

CHICO: Você veja que interessante, você falou uma coisa muito interessante. Você falou “para mim não funciona lista de tarefas.” Para mim também não, mas para muita gente funciona.

É bom nós pensarmos e falarmos para quem está nos ouvindo aí que não existe um padrão, não existe uma fórmula correta, para nada, na verdade, muito menos para isso de ser produtivo, você vai encontrar a sua forma de ser produtivo. Isso é bom.

Eu tenho pontos específicos, por exemplo, todo domingo à noite eu pego meia hora do meu domingo à noite para verificar como vai ser a minha semana. Eu sento aqui, olho pelo meu celular mesmo, olho a minha agenda, “legal, amanhã eu faço isso, terça, tal”, aí falo, “peraí, esse negócio de terça aqui eu podia jogar na sexta”, e eu dou uma remodeladinha na minha semana e faço uma análise do que eu fiz na semana passada. Eu olho e falo, ” deixei de fazer isso aqui, podia ter feito isso, por que eu não consegui fazer isso?”, faço uma autoanálise. Isso em meia hora é possível fazer e isso é uma regra que eu tenho, domingo à noite eu faço isso, eu pego ali o horário que está todo mundo vendo Fantástico, vou lá e faço isso, já deixo a minha semana totalmente regradinha. Você vê que isso já é um hábito meu, já é uma mania de fazer isso.

DANIEL: Perfeito. E você dorme muito melhor sabendo que você tem um dia e uma semana planejada.

CHICO: Nossa, imensamente melhor. E sabendo exatamente se você na segunda vai acordar corrido ou não, se você tem que acordar mais cedo. Acho que uma das piores coisas da vida, é você acordar atrasado, engolir lá o café, sair correndo, pegar o carro para trabalhar. É uma das piores coisas da vida. Agora quando você sai, “amanhã eu tenho que estar no escritório às sete da manhã”, você já sabe que no dia anterior você não pode dormir meia-noite, uma hora da manhã, você tem que dormir mais cedo para você acordar mais cedo, tomar o seu café com calma, você já tem tudo programadinho, entendido como funciona e você  se antecipa aos problemas, você sabe exatamente, “bom, se eu tenho que estar às sete, será que vai estar trânsito? Então ao invés de sair às seis e meia, vou sair às seis, para chegar um pouquinho mais cedo”, você começa a ter essa visão, esse zoom out, você dá aquele zoom sobre tudo, olha e fala, “legal, está tudo bem arrumadinho, posso prosseguir.”

DANIEL: Perfeito. Como o hábito é importante, não é?

CHICO: Sim.

DANIEL: Vai se tornando um hábito.

Chico, você tem feito uma série de entrevistas muito bacanas lá no MindDrops, o seu podcast. No episódio 12 você fala sobre os três pilares para empreender. Quais que são esses três pilares para empreender? E eu vou fazer um parêntese aqui, apesar de nós estarmos falando coisas fechadas, os três pilares para empreender, as principais dicas para empreender com blog, como você falou, é o que funciona para você, para a pessoa, não é?

CHICO: Isso.

DANIEL: Aqui quem está nos ouvindo, para você que está ouvindo, podem ser outras coisas, mas é importante entender como esses pilares ajudam pessoas que estão fazendo realmente acontecer. Não existe uma fórmula mágica, sempre tem que tomar cuidado com as fórmulas mágicas que fazem tudo acontecer. Elas são mapas que ajudam realmente você a chegar em um local, mas o seu tesouro é diferente do tesouro de outra pessoa, sua meta, seu objetivo. Mas, de qualquer, forma é importante entender isso.

Quais que são os três pilares para empreender, Chico?

CHICO: É bom nós pensarmos nisso mesmo que você estava falando, que assim, não existe um padrão, mas os padrões, eles devem ser analisados para ver como que eu posso utilizar isso para mim, se eu mesclo, se eu uso aquela fórmula que aquele cara está ensinando, se eu uso, se eu sigo à risca aquele outro conceito, eu consigo entender tudo isso.

Um desses pilares para se empreender online é esse por quê. Nós viemos falando sobre esse motivo, sobre esse propósito ao longo da nossa conversa.

Tem um cara que é muito bacana, que é o Simon Sínek ou Simon Sinék, uma galera chama ele de Simon Sinék, que ele tem um vídeo no TED que ele fala sobre o porquê. Por quê? Por que você está fazendo isso?

Steve Jobs tinha uma frase muito boa, que ele falava o seguinte: todo dia de manhã quando ele acordava ele pensava, ele perguntava para ele mesmo, “o que eu estou fazendo está realmente impactando o mundo e eu realmente gosto do que eu estou fazendo? Existe um motivo para eu estar fazendo isso?”, e a análise que ele fazia é: se vários dias seguidos a resposta fosse não, ele tinha que mudar alguma coisa na vida dele, ele tinha que parar de fazer o que ele estava fazendo e fazer outra coisa. Não é à toa que o Steve Jobs, ele começou alguns projetos e parou no meio do caminho e foi fazer outros, porque em momentos ele respondeu não para ele, “não, o que eu estou fazendo não tem motivos. Por que eu estou fazendo isso?”.

Acho que um dos principais pilares para se empreender e para se trabalhar, para se ter uma carreira é entender o seu por que, por que você está acordando cedo para ir fazer aquilo? Por que você virou a noite trabalhando naquela empresa? Por que você tem o cargo que você tem? Por que você escolheu esse cargo?

Algumas pessoas são meio vitimistas. O que elas dizem? “Não, foi a única coisa que me apareceu”, olha, desculpa, mas todo mundo tem a oportunidade de decidir qual caminho seguir, “ah não, mas assim, eu trabalho nessa empresa porque foi a única coisa que aconteceu.” Bom, mas peraí, quem mandou o currículo foi você, quem foi lá fazer a entrevista foi você, quem disse sim para a vaga foi você, ninguém colocou uma arma na tua cabeça, “ah, mas eu tinha conta para pagar”, mas tudo bem, você poderia ou procurar outra coisa ou entender que aquele trabalho que você sabia que não ia gostar podia ser temporário, não precisava ser para a vida toda.”

Esse entendimento e essa conscientização do de onde você quer chegar e entender o seu por que você quer chegar é a base principal. Às vezes nós ficamos remoendo tanto que isso, ao invés de virar uma coisa boa para nós, vira algo terrível, “ah, como é que eu vou definir o meu por quê? Como é que eu vou definir esses objetivos?”. Calma, você primeiro precisa entender suas prioridades de vida. Quais que são as suas prioridades de vida? Aí sim eu vou entender os meus motivos, meus por quês. A partir disso eu entendo se eu tenho oportunidade aqui ou ali, e se eu não tenho em nenhum lugar, como é que eu vou trabalhar para chegar nessas oportunidades?

Eu, por exemplo, eu já fiquei seis meses trabalhando em uma empresa que eu não queria, simplesmente para poder pagar as minhas contas, e durante esses seis meses eu trabalhava de dia nessa empresa e à noite eu chegava em casa e eu planejava como eu ia criar o meu próximo negócio. Eu fiquei seis meses, na verdade, meio que sabático, eu não estava empreendendo, eu estava ganhando dinheiro ainda, mas eu não estava empreendendo, eu estava fazendo uma outra coisa durante o dia.

Só que o mais interessante de você entender, ter essa conscientização é que, mesmo trabalhando oito horas em uma empresa que você não quer, a sua cabeça sabe que você não está ali, ela sabe que você está com o pensamento em outro lugar, focado em outro negócio, pensando em outras melhorias, e aí aquilo só vira um estágio para você.

DANIEL: Chico, você tem uma forte presença em palestras pelo Brasil. Como que você se sente podendo ajudar as pessoas que assistem às suas palestras?

CHICO: É muito doido isso porque assim, não é o meu foco ser palestrante, né? Eu nunca busquei ser palestrante assim. Eu acho que quando as pessoas te convidam para palestrar em algum lugar, esse é uma métrica muito boa, é uma demonstração muito interessante que o seu trabalho está sendo bem feito. É uma coisa que eu gosto quando as pessoas me convidam, eu analiso bem quem me convida, para qual ideia é, o que eu vou fazer lá, o que eu vou falar lá, porque tem que estar muito conectado com o que eu faço, e essa é uma das coisas principais para se ser produtivo e para se empreender direito.

Se você tem um foco, sabe onde quer chegar, e aí começam a surgir convites para outros projetos, outras coisas e você começa a ir para esses outros projetos, você já está saindo do seu caminho e sair do seu caminho é se perder totalmente. E

Eu estou lá focado em criar o Olhe Fora da Caixa, em fazer ele acontecer, no meu negócio digital e os caras me convidam para palestrar em um evento sobre humor, não tem nada a ver com o meu negócio, sabe? Se eu não for falar sobre algo que é relacionado ao que eu estou fazendo, eu não tenho motivos nenhum para aceitar, porque não conecta com o que eu estou fazendo, precisa conectar.

É muito importante saber dizer não também. Isso é uma coisa fundamental para um empreendedor, saber dizer não para as outras oportunidades que surgem quando você está focado em uma, que você tem a certeza que é aquilo que você quer fazer.

Mas palestrar é uma das coisas mais legais. Embora eu não faça, não é o meu core business aqui, é uma das coisas que eu mais gosto de fazer, é palestrar, porque é o contato direto com quem está ali. O olho no olho, você vê a reação naquele momento, você vê as pessoas vindo falar com você. Eu acho fantástico, é uma experiência que quando eu tenho a oportunidade de aproveitar, de falar das coisas que eu acredito, eu sinto o feedback de uma forma muito rápida e muito forte. E muitos alunos, muitas pessoas que seguem o Olhe Fora da Caixa vieram de presença off-line dessas palestras, de me encontrar em algum lugar. É muito legal, você vê que não existe mais digital e off-line, tudo está junto agora.

DANIEL: Com certeza, saber juntar o off com o on é fantástico.

E quais foram os eventos mais bacanas que você já palestrou?

CHICO: Eu palestrei em um evento esse ano, que foi o Conexão Primeiro Passo, gostei muito, foi um evento lá no Rio Grande do Sul, em Novo Hamburgo, foram mais de 1200, acho que chegou a 1600 pessoas. Foi muito legal. No mesmo dia que eu palestrei palestrou a Bel Pesce, no evento palestrou o Clóvis de Barros Filho…

DANIEL: Adoro ele.

CHICO: Fantástico. Gustavo Cerbasi, muita gente bacana palestrou lá, Roberto Shinyashiki palestrou também. Esse foi um dos que eu mais gostei de palestrar.

Um dia eu fiz uma palestra de duas horas em uma faculdade em Lajeado, também no Rio Grande do Sul, foi uma das que eu mais gostei, porque eu palestrei para 450 alunos de administração, e eu fui falar sobre empreendedorismo para essas pessoas. Era um desafio muito grande falar sobre empreendedorismo para pessoas que estão saindo para administrar empresas. E foi muito impactante ver a reação daquela galera, pessoas de 18, 19, 20, 21 anos ali ouvindo sobre empreendedorismo em uma cidade pequena do Rio Grande do Sul, que é Lajeado, mas com uma faculdade muito bacana. Acho que esses foram eventos que me impactaram bastante, me deram feedbacks fantásticos.

Eu palestrei em muitos outros, eventos de marketing, eventos de mídias sociais, mas assim, que eu me lembro muito com carinho do ano passado e desse ano foram esses dois, o Conexão Primeiro Passo e essa palestra que eu dei na faculdade lá em Lajeado, que foi na Univates. Foi muito impactante.

DANIEL: Que bacana. Eu fui para Novo Hamburgo quando eu era bem mais moleque, fui jogar basquete lá, é uma cidade fantástica, esse friozinho com sol, é muito interessante. O professor Clóvis é fantástico, também adoro ele, e a Bel, nem se fala. A Bel é exemplo.

Chico, você também trabalha hoje como afiliado ou você é mais o produtor de conteúdo e afiliado é de vez em quando ou de vez em nunca?

CHICO: É, eu intercalo muito bem as coisas, mas se eu fosse dividir em porcentagem eu diria que 70% eu sou produtor de conteúdo e 30% afiliado. Mas eu gosto muito de trabalhar como afilado quando eu monto uma estratégia para levar esse afiliado para a minha audiência, levar esse produtor para a minha audiência, o produto dessa pessoa.

Quando é uma coisa que eu sinto que vai ser mais jogado, eu já prefiro nem fazer, do tipo, “ah, manda dois e-mails aí só, está bom”, não, vamos bolar uma estratégia, vamos fazer uma coisa com mais calma, vamos levar o conteúdo bacana para essa audiência também. Mas eu gosto, me atrai mais produzir. Talvez porque, como eu continuo estudando muito, eu tenho tantos inputs entrando na minha cabeça que eu preciso devolver isso de alguma forma. E como afiliado é mais difícil, porque afiliado você só promove, você não cria, é mais difícil criar, como produtor não, você tem toda a liberdade de criar, além de conteúdo, produtos para a galera que te segue. Mas basicamente é isso, 70 produtor, 30% afiliado hoje em dia.

DANIEL: Bacana. Sou da sua escola também, se é para fazer é para fazer bem feito, por isso que raramente eu ando me afiliando a algum produto, porque não dá, tem que fazer direito.

CHICO: Sim, isso é verdade.

DANIEL: Chico, quais que são os próximos passos para o Olhe Fora da Caixa?

CHICO: Muito legal. É uma pergunta que as pessoas quase não fazem para mim.

O Olhe Fora da Caixa nós estamos nesse projeto agora do Empreendendo com Blog, que vai acontecer agora, vai começar dia 22 agora o workshop. Depois de julho eu vou começar uma reformulação no Olhe Fora da Caixa, ele vai ser um projeto muito mais focado em não conformidade, em mindset, essa linha não só do empreendedorismo, mas essa linha mais do marketing, ele não fica mais tão presente no Olhe Fora da Caixa. Eu consegui entender que é isso que eu tenho que levar para frente, para as pessoas.

Vai ser um projeto muito mais com conteúdos e coisas que as pessoas possam utilizar para quebrar medo, quebrar esse medo não só de empreender, mas de viver suas paixões, como descobrir o que é viver suas paixões, é o que é importante na vida, ele vai para essa linha da não conformidade.

O Chris Guillebeau do A Startup de 100 Dólares e do livro O Poder dos Inquietos, coisa muito que ele também trabalha, sempre me encantou muito esse tipo de informação. A partir de julho vai seguir nessa linha e até o final do ano tem mais alguns projetos nascendo aí, tem mais um produto que nós estamos desenhando. Provavelmente um evento vai acontecer ainda esse ano ligado ao Olhe Fora da Caixa, um evento unindo várias pessoas que pensam fora da caixa, não só empreendedores, mas pessoas que fazem coisas diferentes na sua vida, pensando e agindo fora da caixa. Tem muita coisa para acontecer ainda nesses próximos seis meses.

DANIEL: Que bacana. Acredito que está mais do que no caminho certo, essas revisões de metas e de objetivos são muito importantes. E essa questão no mindset é essencial, não adianta a pessoa ter tudo de melhor de marketing, de empreendedorismo, mas se ela estiver com mindset errado, quebra tudo. Essas bases, esses fundamentos.

Outra pergunta que não quer calar, Chico, já estamos finalizando por aqui, a dieta do Goffi e a manteiga ghee funciona?

CHICO: ((risos)) É muito interessante isso. O café, que é o café Bulletproof Coffee, na verdade, ele é uma dieta inventada pelo Dave Asprey, que é o cara que criou a empresa Bulletproof Coffee.

O Goffi é um cara que ele mostrou mais abertamente isso na internet, mas já é uma coisa que muita gente já segue aí há uns dois, três anos, Dave Asprey já vem há 15 anos trabalhando nessa dieta. Funciona legal, é muito bacana para você, não só perder peso, mas para criar energia. Acho muito bacana.

Eu faço de forma intercalada, tem meses que eu fico fazendo e tem meses que eu paro um pouco de fazer, até para entender um pouco como o corpo está reagindo, quais as necessidades do corpo, da mente, mas funciona, é um negócio muito bacana.

Mas vale a pena primeiro, antes de tudo, antes de começarmos qualquer coisa nós precisamos analisar. Primeiro precisa analisar se é possível, se eu consigo, se a pessoa que vai fazer isso consegue tomar aquilo, pode tomar aquilo, o café com manteiga e óleo de coco, e se isso vai ser vantajoso para ela. Para mim, em alguns momentos do ano é vantajoso, em alguns momentos eu paro um pouco e vou buscar outras coisas para ser mais produtivo ou ter mais energia, mas é uma parada legal.

E é bom estudar lá na raiz, buscar na raiz, que é o Dave Asprey, que é o cara que criou o Bulletproof Coffee. Tem o livro dele, que é o Bulletproof, A Dieta à Prova de Bala, acho que é alguma coisa assim o nome do livro, e buscar na raiz.

É bem interessante porque ele não fica só no café, ele vai para outros alimentos, outras técnicas para você ter mais energia. E é muito louco, é importante hoje em dia, senão, se nós não nos sustentarmos nas nossas próprias pernas, como é que nós vamos empreender? Como é que nós vamos mudar o mundo?

DANIEL: Com certeza, com certeza. Eu vou colocar os links, para quem quiser, quem estiver ouvindo saber mais, nas notas no show. Tem um amigo meu, Felipe da Next Four, meu ex-sócio da Next Four, eu fui sócio da empresa, fala bastante, “você tem que fazer, tem me ajudado muito.” E eu acompanhei você um pouquinho pelo Snap, eu vi que você estava fazendo. Não tenho mais aberto o Snap aí, mas foi interessante ver mais algumas pessoas também fazendo. Realmente, como você falou, saco vazio não para em pé, mas tem que ter um saco bem feito aí, não é? Bem sustentado.

CHICO: Verdade.

DANIEL: Chico, quais são os melhores lugares para as pessoas te acharem e saberem mais sobre você?

CHICO: Legal. Bom, no olheforadacaixa.com, olheforadacaixa.com é o projeto principal, é a empresa, é o blog principal, no empreendendocomblog.com também, que é hoje o workshop que nós estamos abrindo. E nas redes sociais, a galera consegue me encontrar no Facebook, no Instagram, no Periscope, no Snapchat, tudo como Chico Montenegro ou Olhe Fora da Caixa, digitando os dois, Chico Montenegro ou Olhe Fora da Caixa, vai encontrar o meu perfil lá. Pode me adicionar no Facebook, me segue nas redes sociais, me avisa lá que você está me seguindo nas redes sociais, quando aparecer no Periscope fala, “e aí, Chico? Beleza? Eu vi lá, você fez lá com o Daniel o episódio, ficou muito bacana”, e aí eu vou saber de onde a galera está vindo. Mas eu sou totalmente aberto, eu sou bem acessível para a galera trocar ideia comigo. E nesses canais você encontra. Se não lembrar de tudo, olheforadacaixa.com, lá tem todos os links para as redes sociais.

DANIEL: Maravilha, Chico. Queria agradecer essa entrevista, foi um prazer receber você aqui no show, a conversa foi muito bacana, eu tenho certeza que vai ajudar quem quer empreender com blogs saber os principais caminhos, entender as dicas.

E para você que está ouvindo, acesse empreendendocomblog.com e se cadastra, que o evento é agora no dia 22, é isso, Chico?

CHICO: Isso, dia 22/06, agora 22 de junho, oito e meia da noite vai ser a aula online, ao vivo, e vai ser bem bacana. Se a pessoa, “ah, não posso comparecer”, se cadastra mesmo assim e você entra na sequência para receber os outros conteúdos que eu vou gerar nesse workshop.

DANIEL: Maravilha. Chico, muito obrigado pela sua presença, espero receber você em breve novamente.

CHICO: Eu que agradeço. Obrigado aí para todo mundo que ouviu.

DANIEL: Um abraço,  Chico.

CHICO: Valeu.


Daniel Z. Chohfi

Daniel Zollinger Chohfi é empresário, publicitário, e ajuda empreendedores a construírem seus negócios com a internet.

Há mais de 15 anos no mercado, já foi dono de agências de marketing digital no Brasil, morou nos EUA, e é editor-chefe do Vitamina Publicitária, eleito como um dos melhores blogs de marketing pela Hubspot. Recentemente foi destaque na Copyblogger, considerada a bíblia do marketing de conteúdo pela VentureBeat.

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