O mundo vai acabar em dois dias. Sim. Um meteoro cairá sobre a Terra e todos morrerão. Esse não afetará somente a Rússia. Ao menos é o que o jornal da noite notificou para todo o planeta. Toda a programação da tv passou a ser jornalística. O mundo irá acabar. Não há o que fazer. Rezar? Talvez.
As pessoas começam a conversar na internet e nas ruas. Ninguém vai trabalhar no dia posterior ao anúncio. Algumas pessoas acham que é tudo uma armação do governo. Outras acreditam que os Estados Unidos irão dominar outro país “daqueles-lados-lá”. Mas com o passar do tempo, a conversa passa a virar desespero.
Um padeiro decide ser jogador de futebol no seu último dia. Vai ao centro de treinamento do seu clube e consegue uma vaga no time titular. O cartola representante também aceitou fazer a loucura. Era seu último dia de vida. Queria se divertir.
O atacante do time, vendo que o padeiro lhe tomara a posição, vai correndo para casa e liga para a esposa do zagueiro. Aquele zagueiro gigante, quatro-por-quatro, que tem uma mulher maravilhosa. Pede para casar com ela, no último dia de vida de ambos. Ela aceita. Vão para Las Vegas.
O governo americano, em uma decisão pensada, coloca Tiririca como presidente americano. Nosso ilustre brasileiro logo recruta as panicats de seu gosto para atuar como suas secretárias e para ajudar nas decisões mais importantes. Já o ex-presidente, Obama, que sempre sonhou em ser cantor, vem para o Rio de Janeiro cantar funk.
Tudo isso no mesmo dia. Que não acabou.
Os sul-coreanos declaram que estão em guerra com a Coréia do norte. Inultilmente. Porque ao saber do fim do mundo, os norte-coreanos testaram seu poderio nuclear em si mesmos. Tiririca deu risada. Riscou o país extinto da listinha de preocupações. Obama cantava como nunca. O padeiro treinava como um profissional. O atacante fazia o serviço do zagueiro. E outras coisas piores pelo mundo.
Roubos a banco eram frequentes. Os bancários nem estavam por lá. Seguranças? Quase nenhum. Todos estavam na padaria mais próxima comendo coxinha. Podiam comer coxinha até a morte.
A Europa, em medida emotiva, decidiu que a Grécia seria o país mais forte e importante do continente. Doaram todos seus bens culturais e econômicos para o país em crise. Praticamente todos os outros países ficaram na miséria. Alguns foram rebaixados para o continente abaixo. Uganda virou parte da união européia.
Os japoneses pararam de trabalhar e começaram a curtir a vida. As baladas de Tokyo transbordaram. O sistema japonês entrou em colapso. Em um dia. Os governantes cometeram harakiri.
Soltaram todos os criminosos do mundo. Para que pudessem aproveitar o último dia de vida em liberdade. Terroristas começaram a explodir tudo que viam pela frente. Tiririca não sofreu nenhum dano.
Obama cantava para paulistanos, que estavam passando o último dia da vida no Rio. Curtindo. São Paulo estava cheia de cariocas, trabalhando. Aprovou-se o casamento entre homem e animal no Mato Grosso. O Brasil foi nomeado país de primeiro mundo. O escritor da crônica está com febre.
Enfim, o fim do dia chega. Exatamente às sete horas da manhã (horário de brasília) do próximo dia, tudo acabaria. A televisão disse. Vai ser um impacto que destruirá o planeta em segundos. Nem sentiremos. Ninguém se arriscou a dormir.
Seis horas em ponto, o noticiário afirma que o meteoro desviou bruscamente seu rumo, devido a alguma anormalidade desconhecida pelo homem e pelo presidente dos Estados Unidos.
A Terra está salva!
Não se sabe o motivo, mas ninguém comemorou a chegada da notícia.
A Nasa planeja trazer o meteoro de volta.
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Obra de GOKU, ouvi um amém?