Realmente 2012 é um ano para ficar marcado na história. O ano em que milhões de torcedores brasileiros perderam o direito de dizer que um dos maiores e mais populares clubes do futebol brasileiro, ainda não foi capaz de dar uma volta olímpica após a conquista de um título continental (as conquistas nos jogos de Playstation e Xbox não são contabilizadas).
Sim caros leitores, o que muito colocavam como impossível, aconteceu. O Sport Club Corinthians Paulista, após uma espera de 52 anos, desde que o campeonato passou a se chamar Taça Libertadores da América em 1960, tornou-se o grande campeão, e com todos os méritos!
Porém, algo chamou a atenção. A Nike, empresa que fornece o material esportivo utilizado pelo clube, publicou um manifesto destinado “à maior torcida do Brasil”, que segundo eles seriam os “anti-corinthianos”. De forma bastante resumida, a Nike veio a público dizer que os torcedores do Brasil, exceto os corinthianos, torcem de forma mais fanática e apaixonada, desejando o fracasso da centenária equipe de “operários”, do que para seus próprios clubes do coração.
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A questão é que a Nike posicionou-se de forma bastante clara apoiando o clube, e consequentemente, agradando somente a sua torcida, que não é a única com consumidores de material esportivo no Brasil que se identificam (ou se indentificavam) com a marca.
Arriscada e um tanto quanto tendenciosa, a estratégia de “atacar” as demais torcidas, principalmente de outros clubes com as quais a Nike mantém o mesmo tipo de relacionamento como possui com o Corinthians, que pouco tempo atrás, sentiram-se extremamente orgulhosas ao serem lembradas em uma ação da mesma Nike realizada no lançamento oficial da nova camisa da seleção brasileira, não pegou bem.
No calor da emoção, talvez o planejamento e os riscos de tal ação tenham passado despercebidos, o que não ocorreu por exemplo em outro anúncio, este veiculado após o grande feito, onde as emoções possivelmente estivessem ainda mais afloradas e conseguiu de maneira não menos emocionante, comunicar-se com o público em questão, que é na verdade a torcida do Corinthians.
Talvez, o planejamento demonstrado pela equipe técnica e pelos gestores do futebol do Corinthians, que alcançou seus objetivos de forma incontestável, com extrema competência, possa servir de exemplo nas futuras ações na marca.
A reputação de uma marca, pode ser seu bem mais valioso. Indispor-se com um número tão elevado de torcedores/consumidores, não me pareceu uma estratégia das mais inteligentes.
Autor: Guilherme Bonfim