Seja tratando-se de ilustrações, interfaces, manipulações, tipografias e outras categorias que envolvem o design; sempre é possível notar do autor da peça um padrão gráfico pessoal caraterístico. Isso acontece porque mesmo que a gente não queira ou simplesmente não perceba, tendemos a produzir conteúdo de forma padronizada e é como se quiséssemos involuntariamente deixar a nossa marca ali no meio. Não que isso seja um defeito do designer, pelo contrário, creio que quanto mais única e pessoal for a sua arte mais reconhecimento e valor ela adquire. E isso vale como regra não só no design, mas na vida em si. Originalidade, criatividade e sucesso caminham juntos.

É sempre bom analisar antes trabalhos artísticos de outras pessoas e observar sua linha de raciocínio e padronização. Existem inúmeros portfolios online por aí para você pesquisar, assim como aqueles que se encontram dentro de fóruns e redes sociais (como é o caso do DeviantArt.com). Recomendo guardar as artes e/ou designers que mais lhe agrade e tentar coletar o que de fato mais chama a sua atenção. Buscar estilos é o começo de tudo, pois você adquire um gosto pessoal e daí começa a desenvolver o seu próprio. E não se limite a cores ou  efeitos. Não somos mais crianças e ninguém quer saber qual é a sua cor favorita. Estamos interessados no seu estilo. Veja se prefere algo detalhado, cheio de mimimis ou se já tem uma tendência mais simples, beirando ao minimalismo. Não importa o gosto, o negócio é ficar a sua cara.

Lutar para conquistar essa “identidade visual/pessoal” é algo difícil e demorado, mas depois que pega não desgruda nunca mais. Tente lembrar de exemplos como é o caso do Romero Britto, famoso e reconhecidíssimo pintor brasileiro que ficou conhecido por suas artes bem coloridas e com traços grossos. Hoje em dia não é preciso mais que ele exponha seu nome na arte, você simplesmente associa sua presença nela. É como uma assinatura master-mega-ultra-big influenciadora que o autor deixa ali. Você pode até não conhecer o cara e achar que pintura e design não tem nada a ver, mas aposto que já viu há algum tempo atrás aquelas embalagens coloridas de panetone vendendo nos supermercados. Que tal pensar um pouco mais e ligar os pontos?

Às vezes você vai gostar muito de uma arte, mas vai achar que não tem capacidade o suficiente para produzí-la e essa é uma das piores barreiras que você vai topar nessa área. A solução é poupar alguma grana em cursos, livros ou outras formas de aprendizado que não necessitem de gastos como fóruns, grupos em redes sociais e afins para aprimorar seu conhecimento geral e, consequentemente, seus limites artísticos. Fazendo isso você amplia e desenvolve suas habilidades e talvez consiga até superar aquelas barreiras, depende unicamente de você e do seu esforço.

Tempo e dedicação também são fundamentais, não adianta ficar empolgadinho na primeira semana e logo depois desistir. Defina suas prioridades. Sei que todos nós temos uma vida pessoal e às vezes é difícil nos desligar dos amigos, família, amores… Mas fazer um pequeno esforço para um objetivo profissional é uma excelente desculpa para a sua mente, acredite. Treine quantas vezes for necessário, use aqueles cadernos em branco que você tem guardado no armário desde o colégio para algo útil e rabisque todas suas ideias ali. Estipule alguns dias na semana em que esteja menos sobrecarregado e marque uma ou duas horas para praticar e pesquisar o que for preciso. Lembre-se que exagero faz mal, logo ficar tempo demais praticando ou ficar semanas sem praticar prejudicam da mesma forma. Equilíbrio é essencial para tudo nessa vida.

E por fim nunca se esqueça de que o mercado muda muito, as tendências passam e o novo de hoje pode ser o ultrapassado de amanhã. Encontrar um meio termo para isso é uma busca sem fim nessa guerra de identidade, mas sem dúvida definir seu estilo ajuda muito a quebrar esse paradigma. Existem estilos que se renovam sozinhos a cada dia por serem inteligentes e também existem aqueles estilos esquecidos que são renovados por outrém. Por isso, nunca desista de se encontrar, de definir a sua linha de criação e, principalmente, de acreditar em você mesmo.