Lá está você, lendo a notícia daquele portal de notícias gigantesco e, repentinamente, se depara com um erro grotesco “de português”. Não adianta: por mais importante que o assunto abordado pela notícia pudesse ser, você esquece tudo que leu e foca somente naquela pedra no caminho da sua leitura.

A informação precisa ser exclusiva e imediata. Você precisa noticiar primeiro, eles dizem. Você precisa relatar algo interessante, eles cobram. Você precisa ser o primeiro, eles afirmam. Mas, quais as consequências dessa corrida desenfreada em busca do primeiro lugar na informação?

Ninguém perdoa. Você não precisa ser um expert em Língua Portuguesa para iniciar a “zuera”. Culpa do estagiário é o primeiro pensamento. Risos, piadas, bullying, compartilhamentos, mais piadas. Depois, em uma análise um pouco mais aprofundada, vem a constatação: a culpa é do redator (ou da falta dele).

Erros ortográficos desnecessários são apenas um exemplo da herança que a mídia imediatista nos deixa. Entre manchetes que perdem o sentido e que desinformam (ao invés de informar), vejo profissionais do jornalismo sendo crucificados por erros cometidos. Falta redator, sim! Mas, acima de tudo, falta profissional de qualidade (seja ele jornalista, redator, diagramador). Deixo claro aqui que não estou acusando e, muito menos, defendendo ninguém. Estou só constatando um fato; portanto, segurem suas pedras.

O redator completa o jornalista porque conhece as regras de ortografia. O jornalista completa o redator porque conhece a linguagem do ramo. Um precisa do outro. Os leitores precisam dos dois. Antes que me perguntem: não, essa dupla, mesmo atuando lado a lado, não está livre de errar; mas está mais longe de cometê-los.

A necessidade de noticiar em primeira mão atropela partes importantes do processo de escrita. Faltam palavras, sobram letras, as informações se confundem. O veículo de comunicação, o profissional e os leitores perdem. A internet e a “zuera” saem ganhando, porque a “zuera” never ends.

Foto do erro de ortografia via Shutterstock.