No início, as redes sociais eram vistas como perda de tempo no trabalho, e era uma prática comum (e, infelizmente, ainda é em algumas empresas hoje), bloqueá-las para os funcionários. Mas com o tempo, algumas corporações perceberam que o apelo social poderia ser especializado para o ambiente corporativo, integrando pessoas envolvidas no negócio e facilitando a colaboração e a disseminação de conhecimento de forma segura. Neste momento, surgiram as redes sociais corporativas.
Nesse cenário onde o mundo corporativo se aproxima cada vez mais das redes sociais, nota-se uma tendência de convergência entre pessoal e profissional e, por consequência, a necessidade de convivência com redes sociais cada vez mais híbridas.
Se por um lado, as pessoas questionam que esse corporativismo nas redes é invasão de privacidade, por outro, as empresas alegam que precisam estar presentes nesse meio, já que o próprio público exige essa presença quando demonstra, cada vez mais, o desejo de utilizá-las como canal de comunicação.
Isso faz com que as empresas necessitem monitorar não só o que é falado sobre elas, mas como se comportam seus colaboradores e até mesmo possíveis colaboradores que estejam participando de processos seletivos. Com isso, as pessoas se sentem cada vez mais inibidas a certos comportamentos e comentários, uma vez que sabem que podem estar sendo monitoradas pela empresa onde trabalham ou onde desejam trabalhar.
Sendo assim, a partir dessa nova realidade, surge a grande questão: as pessoas estão dispostas a participar e alimentar essas redes onde o corporativo convive com o pessoal, e cada vez mais limita a sua própria privacidade? E mais ainda: estamos prontos e sabemos como nos comportar nesse ambiente?
Essa dita convergência entre pessoal e profissional, vai muito além do perfil de redes sociais. É uma realidade que simplesmente abraça toda nossa vida. As pessoas passam cada vez mais tempo envolvidas com o trabalho, se não presencialmente no escritório, trabalhando de casa, aos finais de semana, ou até mesmo fazendo uma viagem de férias para estudar fora, por exemplo. De uma forma ou de outra, tudo está ligado à questão profissional.
Esse comportamento apenas reforça a ideia de unificação entre rede social pessoal e corporativa. Um lado simplesmente não pode viver sem o outro. E arrisco dizer mais: um lado não quer viver sem o outro.
As tentativas de unificar redes com objetivos pessoais e corporativos por parte das empresas são visíveis. Por outro lado, o usuário quer ter sua privacidade preservada, ele quer ter o direito de fazer críticas e emitir opiniões nas redes sociais sem ter que passar pelo aval da empresa onde trabalha. Os recursos para limitar o acesso ao conteúdo por grupos, como os Círculos do Google+ e os grupos do Facebook, se mostram como uma alternativa para essa união entre rede pessoal e corporativa.
Já em relação à expansão das redes, o avanço das redes de nichos específicos (corporativos ou não) demonstra uma clara tendência ao surgimento de novas opções. De um lado, elas serão cada vez mais específicas para atender ao público que quer se socializar com pessoas. De outro, Facebook e Google apostam que suas redes podem atender ambos os interesses. No final, o poder de escolha é seu.